quarta-feira, 25 de agosto de 2010

DESCANSAR: UMA ATITUDE CONTRACULTURAL E URGENTE!

Deus criou o mundo e todos os seres – animais e vegetais, inclusive o ser humano – e descansou no sétimo dia. Essa é uma declaração conhecida e boa para justificar a legitimidade do descanso – o shabbath - afinal, Deus mesmo deu o exemplo. No entanto, Mike Breen e Walt Kallestad[1], escritores e líderes cristãos, chamaram a minha atenção para um princípio, no relato da criação, que deve nos levar a pensar nisso de maneira mais pertinente ainda. Veja bem: Deus criou todas as coisas e, no processo da criação, criou por último o que é considerado o principal de todos os seres criados, o ser humano. Por isso, a Bíblia relata que Deus disse, após criar o homem: “É muito bom!” Mas, o fato mais impressionante é que o primeiro dia de existência do homem foi um dia de descanso. A partir de então, vieram a outras etapas: do auto-conhecimento, do conhecimento do mundo ao redor, do trabalho etc. Não é algo, de fato, interessante?

Em nossos dias, a máxima que predomina é que “quem trabalha merece descanso”. Isso é legítimo até do ponto de vista das normas trabalhísticas, o que não está necessariamente errado. Porém, a partir da perspectiva de Deus, poderíamos dizer que “trabalha melhor quem está devidamente descansado”. Ou seja, olhando dessa lógica, podemos ver que o descanso é que nos prepara para o trabalho e outras atividades da vida e não o contrário. E como essa afirmação tem o fundamento do Reino de Deus, é claro, ela é, de certa forma, contra-cultura. Breen e Kallestad são categóricos em suas considerações: “Devemos trabalhar a partir do descanso e não descansar do nosso trabalho. O descanso é o ponto de partida saudável que Deus tem para nós. Esta é a ordem que Deus estabeleceu para nós: descansar, e então trabalhar.[2]

Em nossos dias é exorbitante e crescente o índice de indivíduos cansados, desgastados e estressados por causa do excesso de atividades (trabalho, estudos, reuniões e até entretenimento) e informações. O clamor por descanso é um berro que ecoa do corpo e da alma. E o pior é que já está gerando uma poluição sonora existencial – há uma multidão que clama, uma multidão que ouve, e uma multidão que nada faz a respeito! Mas, parece que a ordem social que predomina não alivia a barra de forma alguma. Bem, os reflexos desse estilo de vida sobrecarregado é visto nas doenças físicas e psicossomáticas, nas fragmentações conjugais e familiares, nas manifestações publicadas de impaciências, violências, agressões e na tirania da pressa que tem tornado as pessoas em seres que anseiam e lutam por uma vida mais tranqüila (o que custa caro, e parece ser para poucos).

Mas, pense nisso com honestidade: como seria se encarássemos os descanso como o fundamento e não como a conseqüência? Algumas atitudes, certamente, seriam transformadas:
  • O descanso seria o treinamento e as atividades a prática. 
  •  A expectativa pelo trabalho seria diferente: o rendimento seria a conseqüência do descanso e não da pressão do mercado. 
  • O descanso certamente ditaria o limite que estabeleceríamos para o tempo a ser gasto nas atividades ao longo dos outros dias e momentos. Ao menor sinal de excesso, o soaria – como já o faz – o alarme do corpo e das emoções. 
  • O dia de descanso seria, de fato, um tempo sagrado a se observar com mais reverência, e não o Oásis desejado em meio ao deserto da semana, do mês ou do ano. 
  • Os relacionamentos, as escolhas e decisões seria frutos do descanso e não reflexos de atitudes impensadas e reativas.
A proposta do descanso (sabático) é parar. Isso mesmo! Parar. Nas palavras de David Kundtz[3]parar é ficar sem fazer nada o máximo possível, por um período definido (de um segundo a um mês), com o propósito de se tornar mais desperto e saber quem você é”.  Ele explica ainda que não devemos confundir esse não fazer nada com uma falta total de atividade. “Não fazer nada é de fato realizar algo muito importante: é permitir que a vida aconteça – a sua vida”, conclui Kundtz.
Ao longo do texto Bíblico podemos perceber que há uma coerência com essa realidade da importância de primeiro parar para depois seguir na missão da vida: Deus criou Adão e, após a parada sabática, o coloca no trabalho da supervisão e cuidado com o resto da criação. Depois, em outros eventos e personagens encontramos dinâmica semelhante: Noé, teve que parar tudo para prosseguir depois com o recomeço da história; Moisés, teve que parar para se encontrar com Deus e receber a missão de libertação do povo hebreu do Egito, e depois ainda teve, por direção Divina, várias paradas ao longo da jornada; enfim, Jesus, o referencial absoluto, antes de partir para sua jornada ministerial foi levado para uma parada, sozinho, no deserto. Não é por caso que essas pessoas citadas tiveram um período de parada que envolve o mesmo número: 40. É o número apropriado para a recriação de uma nova vida, uma nova “geração” (palavra que traduz, muitas vezes, o significado implícito do uso deste numero em certos eventos bíblicos).

Kundtz[4] propõe três modos específicos de parar:
  • Pausas Breves: Parar rapidamente e não fazer nada durante apenas um instante. Visam aproveitar os momentos aparentemente vazios: ao esquentar alimentos no microondas, escovando os dentes ou parado no sinal de trânsito. Ele descreve o procedimento assim: “Você para o que está fazendo, fica sentado ou em pé, respira fundo com os olhos abertos ou fechados, focaliza a atenção interiormente e recorda o precisa recordar. Pare, respire e recorde. Pode ser também um momento para fazer ou recordar uma oração. Engraçado, mas Kundtz diz que “o banheiro pode ser um dos melhores locais para se realizar uma pausa breve”. 
  • Escalas de Viagem: Períodos maiores do que as pausas breves: de uma hora a vários dias. Pode ser dar numa tarde, num dia ou num fim de semana. “Se você parar com freqüência, vai acabar aprendendo a ler a linguagem do seu corpo antes de ficar doente”. Eu diria que aqui está uma forte recomendação sobretudo para aqueles que tem cuidado com sua vida espiritual. Do dia específico ao momento da adoração comunitária, essa parada sabática é sagrada e não deveria ser trocada por outras atividades desgastantes. Para nós cristãos – a maioria de nós, é claro – temos um dia que é feriado legal (domingo), no qual temos toda a condição de o aproveitarmos como um período sabático e terapêutico. Daí a minha insistente proposta de que se observe este dia como dia de adoração e descanso, e por isso não devemos enchê-lo de atividades – mesmo religiosas -  reuniões, e muito menos outras atividades que não promovem descanso para o indivíduo e para a família (trabalho, estudos, competições, correrias etc.). 
  • Paradas Gerais: Essas, em certas escalas, provavelmente, acontecerão poucas vezes na vida da maior parte das pessoas, e nem todos precisam delas. São períodos que vão de uma semana a um mês ou mais. Para muitos, essa parada pode ser chamada de divisor de águas, quando ocorre em meio a um período de crise e que mudanças profundas precisam acontecer no próprio estilo de vida. Kundtz usa a metáfora do computador para explicar o que se consegue através de uma parada geral:
Pelo que entendo, um computador examina minuciosa e constantemente numerosos bits de informação, selecionando apenas aquilo de que precisa para realizar a tarefa solicitada. É o que acontece no decorrer de uma Parada Geral. O seu computador interno esquadrinha a sua vida, tudo o que já se passou antes, todos os caminhos percorridos, todos os ensinamentos recebidos, todos os valores e objetivos de vida, para tomar a decisão desejada. Uma parte dessa investigação é consciente e deliberada, mas a maior parte dela é inconsciente e automática. É feita enquanto você anda de bicicleta, prepara as suas refeições, contempla o mar.[5]

Não sei dizer se deve ser do jeito que o Kundtz sugere que funcionará melhor para mim, para fulano ou beltrano. No entanto, de uma coisa eu sei: precisamos aprender o caminho contracultural do descanso. Isso é urgente! Falo isso por mim, pelas pessoas a quem atendo e com quem converso, e por você que, em meio a tantas tarefas, conseguiu parar por aqui e ler esse texto. Afinal, o titulo chamou, primeiramente, a atenção da sua mente, e ela está lhe dando pistas do que precisa ser feito.

Paz e alegria!
Celso Tavares





[1]BREEN, M. e KALLESTAD, W. “Uma Igreja Apaixonante”. CPAD. 2005.
[2] BREEN e KALLESTAD. Op. Cit.
[3] KUNDTZ, David. “A Essencial Arte de Parar”. Sextante. 2005.
[4] KUNDTZ, D. Op. Cit.
[5] KUNDTZ, D. Op. Cit.




sexta-feira, 13 de agosto de 2010

CELEBRAÇÃO NESTE DOMINGO 22/08

A celebração da igreja neste domingo, 22 de agosto, acontecerá, como normalmente o é,
às 10h da manhã.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

ALGO MAIS DO QUE UM SIMPLES "CLUBE DA BÊNÇÃO" - Keith Green

Talvez não tenha sido fácil ser um dos primeiros discípulos de Jesus. Ele constantemente desafiava suas motivações em relação àquilo que faziam. Uma das perguntas mais duras que fez, que aliás me assusta, é aquela de Lucas 6: “Por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?

Jesus lança esse desafio para nós porque sabe como funciona nossa natureza humana, e sabe que queremos a segurança da amizade com Ele. Sabe que queremos Seu amor e Sua paz em nossas vidas, e que queremos a certeza de passar a eternidade com Ele. Mas Ele também sabe que nós, por causa da nossa natureza humana, não queremos que isso nos custe algo. Queremos tudo de graça. Queremos uma amizade de mão única com Jesus, algo como um “Clube da Bênção”.

O fato é que realmente se trata de uma amizade de mão única. Seu desafio então nos coloca diante de um dos maiores paradoxos do evangelho. Realmente, a salvação é um dom gratuito de Deus. Mas, para recebermos esse dom, o custo é alto – inclusive nossa própria vida. Para recebermos o dom de Deus temos de render nossa vida a Ele, morrer para o nosso velho eu e nascer de novo na Sua família. Foi assim que Jesus desafiou Seus discípulos, e é assim que nos desafia... Quem se assenta no trono da sua vida? Você ainda está no comando, ou Jesus?

Você se lembra da história contada por Jesus sobre o construtor prudente e o insensato? O homem prudente cavou profundamente e construiu sobre a rocha os alicerces para a sua casa. O homem insensato, por outro lado, queria adiantar a construção da sua casa, e construiu sobre a areia, preocupando-se apenas com a rapidez da construção.

Se você edificar uma casa sem se preocupar com os alicerces, vai terminar bem antes de todo mundo. Na verdade, vai parecer, para aqueles que passarem, que você é bastante esperto, enquanto observa da varanda os outros terminarem suas construções. As pessoas, provavelmente, vão pensar: “Esse cara é esperto. Olha só a casa que ele construiu sem o menor esforço!” Essas mesmas pessoas, quando virem a casa que está sendo edificada sobre a rocha, dirão para si mesmas: “Isso é loucura! Tanto trabalhão, suor e esforço para construir uma casa que é igualzinha àquela que o outro sujeito já terminou!

Então vem a tempestade. E com ela a enchente, que destrói a casa que está sendo destruída sem os alicerces adequados. Mas a casa que tem o fundamento adequado permanece firme. Agora, diga-me, quem é o louco?

A nossa fé não é assim também? Somos tentados o tempo todo a edificá-la da maneira mais fácil. Quem é que quer cavar fundo e trabalhar duro? Afinal, os alicerces não aparecem. As pessoas não dizem: “Gostei muito do seu alicerce!” Geralmente, não percebemos os alicerces.

Na nossa carne, preferimos os elogios dos homens do que os de Deus. Queremos exibir algo externo. É isso que importa para nós. Por que se preocupar com um alicerce de obediência interior e serviço ao Senhor? Porém, devemos nos preocupar com essa parte, porque Jesus disse que seremos destruídos por alguma tempestade da vida se não formos capazes de resistir à tentação de construir antes de fazer o alicerce. Todos verão que aquilo que fizemos, por mais interessante que parecesse, havia sido edificado sobre areia. Ficará claro assim que faltou o fundamento. Fica como o homem que começa a construir uma torre sem contar seu dinheiro para ver se tem o bastante para terminá-las (Lc. 14:28-30), ou assim como as cinco virgens néscias que não levaram quantidade suficiente de óleo para manter suas lâmpadas acesas até a chegada do noivo (Mt. 25:1-13). Assim, nós também podemos começar algo em nome do Senhor sem cavar fundo antes de edificarmos. Ele não deseja nos ver em ruínas quando chegam as tempestades, mas sim seguros com Ele na Sua casa bem edificada.

Devemos aprender a trilhar o caminho da fé e rejeitar falsos ensinamentos. Mesmo quando não for popular, devemos defender a verdade. Lembre-se de Hebreus 13:8,9: "Jesus Cristo ontem e hoje é o mesmo, e o será para sempre. Não vos deixeis envolver por doutrinas várias e estranhas..."

* Extraído e condensado de "Se Você Ama o Senhor" de Keith Green. Editora ABU. pp. 15-19.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

NESTE DOMINGO, DIA DOS PAIS

A celebração da igreja deste domingo será às 18h30. Então, não deixe de estar presente e ser pontual, principalmente porque o cafezinho será depois da reunião, e às 18h30 começaremos nossa adoração comunitária.

Estaremos comemorando juntos o "dia dos pais" e aproveitando a ocasião para "lançar" em nossa comunidade oficialmente o livro "Surpreendidos pela Renovação" do Celso Tavares (pastor da Vineyard BH), ou seja, será uma noite de celebração e muita gratidão!
Aproveite a data e a oportunidade para convidar e trazer seu pai, parentes e amigos para participarem conosco. Deus, certamente, manifestará Sua Presença graciosa sobre nós.

Até lá!