O texto que segue abaixo trata-se de uma palavra direcional para os membros da
Comunidade Vineyard de Belo Horizonte
“Obediência aprofunda nossa intimidade com Jesus. Se quisermos conhecer o Pai, nós devemos não apenas amá-lo, mas também obedecê-lo. A Bíblia deixa claro que é importante conhecer o Pai através da Sua Palavra, e se nós quisermos ser uma parte daquilo que o Pai está fazendo e ser capaz de ver onde Ele está Se movendo, então, é evidente que devemos obedecer aos Seus mandamentos.
É importante ser biblicamente instruídos, mas nós também devemos ser biblicamente obedientes.”
John Wimber
Ao longo deste primeiro semestre temos – como comunidade local – sido agraciados com direcionamentos claros da parte de Deus. Conquanto isso possa soar como algo “místico”, estou falando sobre as diversas formas através das quais Deus tem nos falado: pregações, ensinos, orações, conversas, adoração etc. Algumas destas orientações tem confirmado o nosso chamado local, outras tem nos mostrado áreas e atitudes nas quais precisamos mudar e melhorar, e ainda há outras que se mostram totalmente novas para a nossa caminhada. No entanto, tudo tem se manifestado como um inconfundível chamado de Deus para sermos quem Ele deseja que sejamos nestes dias e neste lugar.
Uma Das características do nosso movimento, Vineyard, é a contemporaneidade – que vivencia o momento atual. A contemporaneidade não é apenas uma questão de ser relevante culturalmente, mas, também, ser contemporâneo com a maneira como Deus age na história e no contexto da igreja e da sociedade. É bom que entendamos que um Deus eterno é sempre contemporâneo. Ele não se aprisiona a gerações ou costumes passados, conquanto não os desvalorize como fatores formadores da história humana.
À luz do que acabo de declarar, gostaria que você entendesse como cremos que estamos sendo direcionados para vivenciarmos esta contemporaneidade como uma comunidade local do Reino de Deus.
NOVO MOMENTO...
Um momento jamais poderá ser engessado ou institucionalizado. Um momento, como é descrito, dentre tantos conceitos, no dicionário, é “o tempo ou ocasião em que alguma coisa se faz ou acontece”. Portanto, ao usar a expressão “novo momento” estou me referindo à etapa atual de nossa caminhada que, certamente, ainda terá muitos outros novos momentos. Isso quer dizer que estamos sendo chamados a abrir mão daquilo que nos prende a momentos passados a fim de abraçar a ação fresca de Deus nestes dias. Como disse o apóstolo Paulo: “Aproveitem ao máximo todas as oportunidades” (Cl. 4:5), e isso está diretamente relacionado com a questão da missão da igreja.
O novo momento que estamos vivendo é caracterizado por algumas realidades:
• IDENTIDADE: Depois de alguns anos fundamentando nossa existência e caminhada à luz do Reino de Deus, chegamos ao momento de assumir nossa identidade para dentro e, principalmente, para fora: somos uma comunidade cristã com princípios, valores, prioridades e práticas definidas, o que facilita às pessoas nos conhecer e se identificar, ou não, com quem somos. Numa simples expressão, somos a Vineyard BH. O que isso significa? Venha, veja e experimente!
• REDEFINIÇÕES: Estamos redefinindo formas, iniciativas, papéis e funcionalidades. Quase todos sabem que a única coisa que não é redefinida são os princípios – quem não sabia, acabou de saber! Os métodos, porém, são e devem ser sempre revistos à luz do momento, e devem ser trabalhados a partir do alvo de nossa missão. Por isso é que não podemos mais ficar retidos por costumes passados, ou mesmo pela timidez ministerial. Isso implica em reinterpretar o quê e como devemos fazer. Para entender isso em termos práticos, é preciso se relacionar pra valer com a comunidade, comprometendo-se e envolvendo-se com tudo o que diz respeito à mesma.
• REPROGRAMAÇÃO: É um desafio e uma necessidade, sobretudo por ter em sua essência aquilo a que tantos resistem: mudanças. Reprogramação, aqui, não é algo limitado a programas no sentido de “eventos”, mas ao redirecionamento do nosso plano de ação. Como uma comunidade do Reino de Deus, não estamos aqui para nós mesmos, mas para nos expressarmos como cooperadores de Deus na missão de estender o Seu Reino a todas as pessoas, em todos os lugares. Assim, precisamos, como Jesus, seguir o programa - a agenda - do Pai: isso requer discernir o que Ele está fazendo e cooperar com Ele através da proclamação do Reino por meio de palavras e obras, o que nos leva a olhar mais para fora do que para dentro e caminhar com este propósito em mente. Por isso mesmo, temos entendido que esta é a hora de concentrar nossos esforços (reuniões, recursos, iniciativas etc) naquilo que gera alcance, transformação e glorificação de Deus diante de todos.
NOVAS EXPERIÊNCIAS...
Podemos definir experiência como uma “tentativa” ou “um teste para descobrir ou definir algo”. No entanto, em nosso contexto, estamos nos referindo mesmo ao “conhecimento adquirido através da prática pessoal”, uma atitude que interage com o momento e com o que isso demanda ou proporciona. Na verdade, essa é a chamada de Deus para os momentos de “renovação”. O quadro destas novas experiências que estamos começando a ter, e ainda teremos em intensidade maior, é composto por situações como:
• O QUE É NOVO: Não no sentido de “moda”, mas do que é fresco: recém manifestado, ou revelado, da parte de Deus. É a busca de quem deseja se alimentar com o “pão nosso de cada dia”(Mt. 6:11), que a partir do texto grego, no contexto da manifestação do Reino, seria melhor traduzido como “Dá-nos hoje o nosso pão feito no amanhã” – uma experiência hoje do sabor do Reino futuro. Seja na dor, na angústia, na alegria, no triunfo, no poder, estamos sendo chamados a vivenciar algo novo. Isso, certamente, afetará todas as áreas da vida da igreja e, melhor, tocará a vida daqueles que não conheceram o Deus que está Vivo.
• ABERTURA – Precisamos estar abertos e disponíveis para experimentar, e conduzir outros à experiência, de manifestações “frescas” de Deus: nas celebrações da igreja e das Comunidades Pioneiras, nas iniciativas de serviço e compaixão, no ministério com crianças e juventude, nos ensinos e treinamentos, no discipulado e na adoração, nas casas e nas ruas. Enfim, precisamos estar abertos para uma relação atual com Deus: Suas manifestações, Seus direcionamentos, Seus tratamentos, Seu poder e Sua auto-revelação hoje. Para tanto é imprescindível que exercitemos oração, disposição, adoração, obediência e submissão.
• CONFIANÇA: Seria melhor colocar a palavra “fé”, mas, normalmente, isso é entendido, mesmo que inconscientemente, como um desafio quase sobre-humano. Portanto, confiança dá o tom simples que a situação requer. Para que andemos nos caminhos misteriosos e renovadores de Deus precisamos ter mais confiança no poder absoluto e na eterna fidelidade dele do que ter medo das ameaças perturbadoras e enganosas das trevas. Não visamos experiências como um fim em si mesmo, mas desejamos nos disponibilizar no caminho da manifestação naturalmente sobrenatural de Deus, sabendo que o propósito não é nossa auto-satisfação ou mesmo a promoção de espetáculos religiosos. Estamos confiantes de que Deus nos proporciona novas experiências a fim de que nossas vidas sejam, dia a dia, transformadas à semelhança de Jesus, e assim a igreja, as famílias e a sociedade sejam visitadas pela manifestação visível do Reino de Deus que está em nós: através dos relacionamentos, de nossos posicionamentos em favor da justiça e da promoção da paz, e da manifestação do poder do Espírito Santo livrando, curando e restaurando as pessoas através de nós (com todas as nossas imperfeições!).
A MESMA MISSÃO
Fundamentalmente, nossa missão é aquela que Jesus nos recomendou: “Ser discípulos que fazem discípulos integralmente, enquanto caminhamos pelas estradas da vida, em todos os lugares aonde ele nos levar” (minha adaptação de Mt. 28:18-20). Logo, não há, e nem pode haver, novidade na definição de nossa missão: este é um princípio inegociável! Este é o encargo que a Igreja recebeu de Deus. Qualquer coisa que fizermos precisa ser feito a fim de que o alvo seja alcançado. Portanto, esta missão precisa sempre estar baseada em:
• COMPROMISSO: De fato, na palavra missão já está implícito o fator compromisso, mas é essencial que entendamos que quem não tem compromisso com a missão não tem compromisso com o Reino e, portanto, faz parte da igreja como qualquer pessoa que se torna membro de um clube social: é puro entretenimento! O compromisso precisa ser com a nossa comunidade local, mas, antes de tudo, precisa ser com o Reino de Deus, aquela que surge no coração da pessoa que reconheceu Jesus como O Senhor de sua existência. Quando temos este compromisso, não temos dificuldades em aceitar as mudanças que o novo momento demanda (ainda que haja lutas interiores), uma vez que o compromisso com a missão está acima da reivindicação de nossa própria satisfação.
• OBEDIÊNCIA: Como bem expressou Sammy Tippit: “A maior necessidade desta geração é de homens e mulheres que tem a marca de Deus em suas vidas, pessoas que conhecem Jesus intimamente e o obedecem completamente”. A obediência é a expressão mais visível do nosso compromisso com a missão do Reino de Deus. Não podemos deixar de obedecer aos comandos de Deus. Ele está – há muito tempo – nos ordenando a priorizarmos duas coisas em nossas vidas: 1) Adoração – uma vida que o glorifique em todas as coisas e o reconheça como o nosso grande Rei (por isso é que “Ele habita em meios aos nossos louvores”) e o considere superior a tudo e a todos; 2) Serviço – uma vida que seja semelhante a Jesus e que, por isso, priorize o bem estar dos outros – e que fique claro que estes “outros” diz respeito à todas as pessoas, de todos os lugares e não aos membros da igreja – expressando o serviço através de atitudes como proclamação do evangelho do Reino de Deus – por palavras e sinais -, intercessão, ações de compaixão, cuidado do pobre e necessitado, e extensão da missão a todos os povos da terra. Ambas as prioridades funcionam a partir da obediência de cada discípulo, e o resultado é visto na vida e nas obras realizadas em e através da comunidade local.
• AÇÃO: Obviamente, não há missão sem ação. É exatamente esta a realidade para a qual estamos sendo chamados por Deus: “pôr a mão na massa!” É por isso que estamos falando de um “novo momento” composto de “novas experiências”: é um chamado prático, e isso inclui todas as pessoas que estão vinculadas à Vineyard BH. Assim, para que possamos desenvolver o que Deus está nos comissionando especificamente neste tempo, é preciso que abandonemos o comodismo, a indiferença, a frieza, o criticismo e até a inoperância (quem não tem feito esforço algum pela vida da igreja). É tempo de se envolver muito mais com Deus, com a vida da igreja e com o mover do Espírito Santo em nosso meio. A eficácia das Comunidades Pioneiras em cada região (nas reuniões, na evangelização, na ação social, no discipulado etc) é reflexo da consciência e do compromisso de seus membros. A expressão de testemunhos e festa na celebração geral da igreja (alcance, cura, adoração, ministração etc.) é reflexo da consciência e do compromisso das Comunidades Pioneiras.
Pois é, muito foi dito – ou escrito – aqui, e muito mais poderia ser compartilhado. Talvez, você ainda esteja a se perguntar: mas o que é que está acontecendo e o que é que vai mudar? Bem, as respostas a estas questões serão conhecidas na medida em que você se envolver com o processo que já se instaurou na vida de nossa comunidade. Deus está entre nós! A força do “nós” é sempre maior do que a pressão do “eu”. A vida em “comunidade” é muito mais intensa e genuína do que os encontros com “o meu grupo”.
Uma mudança provocada por Deus está em andamento, e não queremos que ninguém e nada que Deus nos concedeu fique para trás. Mas, queremos seguir o ritmo de Jesus. Ele sempre chamou, mas jamais insistiu ou obrigou! Queremos ser quem Deus nos chamou para ser, ocupar o espaço que Deus nos chamou para ocupar, fazer, com Ele, a obra que Ele já está fazendo, e fazer do jeito que Ele, o proprietário da Igreja, deseja. Vamos nessa?
Então, esteja disposto, disponível, confiante, e prepare-se para as novas aventuras: assim que você se encontrar caminhando, adaptando-se a mudanças e cooperando com as obras do Pai, perceberá que coisas novas estarão acontecendo com você com as outras pessoas ao seu redor.
Desejo a você uma profunda visitação de paz, ânimo, alegria e fé.
Seu companheiro na jornada do Caminho,
Celso Tavares
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