sexta-feira, 29 de outubro de 2010

OLHO NA AGENDA!

Alteramos a nossa programação. Por favor, dê uma conferida na agenda da igreja no link ao lado.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

DESFERINDO GOLPES

Quanta pancadaria! Essa é uma expressão que traduz bem o espanto dos cidadãos de paz diante do que temos presenciado nestes dias, nos mais diversos setores da sociedade. Tem gente desferindo golpes violentíssimos pra tudo quanto é lado!
São políticos que se degladiam durante as campanhas eleitorais e até mesmo durante seus serviços patrióticos enquanto cumprem seus mandatos. São líderes religiosos agredindo uns aos outros publicamente e envolvendo – ou influenciando – seus leais seguidores. São militares que atacam os criminosos intensificando a crueldade ao “impor a lei” via violência e terror. São homens e mulheres que se agridem, e até matam, em casa e nas ruas semeando violência e vingança nos casamentos e na criação de filhos. São crianças, vítimas dessa situação toda, que atacam pessoas de quaisquer idades a fim de conseguir o que desejam obter, sem limites e nem consciência das conseqüências de seus atos para elas mesmas e para a sociedade. E assim vai... Ou, tem sido.

Estamos rodeados por um verdadeiro ringue onde o combate de egos se apresenta para todas as pessoas, não apenas para que assistam, mas, pior, para que os assistentes se estimulem a “pular pra dentro” e ajudar na pancadaria. Tanto o espetáculo quanto a sedução para o envolvimento tem sido feita através dos meios de comunicação e mídia mais variados: televisão, jornais, revistas, rádios e internet – essa última, então, onde tudo mundo é quase ninguém (por serem virtuais), tem sido o veículo-mor da propagação dos sons e imagens da violência. Usando o jargão do Boris Casoy: “Isso é uma vergonha!” Isso mesmo, afinal o que está por trás de todas as guerras que ocorreram e ainda ocorrem? Uma nojenta disputa de egos. Como escreveu Tiago, o apóstolo, “Se vocês abrigam no coração inveja amarga e ambição egoísta, não se gloriem disto, nem neguem a verdade. Esse tipo de ‘sabedoria’ não vem dos céus, mas é terrena; não é espiritual, mas é demoníaca. Pois onde há inveja e ambição egoísta, aí há confusão e toda espécie de males” (Tg. 3:14-16).

Em alguns momentos, chegamos até a propor piadas e diversão à custa deste cenário. Mas, que fique claro: isso não é motivo de diversão, nem é entretenimento. É coisa séria! Afinal, essa realidade ajuda a destruir a alegria de viver.

Fico pensando que existem, de fato, certos golpes que deveriam ser desferidos entre uns e outros, a fim de lidar com esse espírito de destruição que vigora neste nosso mundo. No entanto, não é bem um golpe que agride, fere ou mata. Mas um golpe que suscita paz, aliança, bem estar, alegria e vida. O golpe que Jesus Cristo desferiu sem retenção de munições: o poderoso golpe do amor. Parece até utópico, eu sei, mas é isso que move Deus e deveria mover as relações dos seres por Ele criados (ou dos cidadãos de bem, para os que não crêem nEle). Esse é o golpe que põe fim à arrogância dos violentos, aos destruidores da ética e da moral, ao apetite dos gananciosos e à crueldade dos malignos.
Durante o tempo da opressão da ditadura militar no Brasil, Geraldo Vandré compôs um hino (“Pra Não Dizer Que não Falei das Flores”) profético e revolucionário – o que lhe custou a liberdade – que entrou para a história como um clamor cantado e que, ainda, parece ser relevante para nossos dias. Preste atenção na força de suas palavras:
             Há soldados armados, amados ou não
             Quase todos perdidos de armas na mão
             Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição:
             De morrer pela pátria e viver sem razão...

             Nas escolas, nas ruas, campos, construções,
             Somos todos soldados, armados ou não,
             Caminhando e cantando, e seguindo a canção,
             Somos todos iguais, braços dados ou não...

Há uma possibilidade de mudar essa situação, nem que seja a partir da sua área de vivência e relacionamentos, cada um no seu quadrado: o amor é um dom divino ofertado gratuitamente a todos quantos o desejem. No pacto com Deus, e pela experiência relacional e pessoal com Jesus Cristo, o Espírito de Deus encharca os nossos corações com tal virtude (Rm.5:5). Daí em diante, o fruto é um estilo de vida dominado pelo amor. É algo extra-ordinário! Não apenas é possível, mas é um fato originado na palavra divina.

Então, o que uma geração deve passar à outra? A liberdade de uma opressão, oprimindo os outros? O bastão da conquista pela força do poder, da riqueza e da violência que mata e não expressa compaixão? Claro que não. Nossa geração precisa valorizar a vida – nossa e dos outros – preservando-a através dos golpes de amor incondicional que “não retribui mal por mal, não vinga, não pratica o mal contra o próximo (Rm. 12 e 13), e que “é paciente, é bondoso,não inveja, não se vangloria, não maltrata, não busca o seus póprios interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor, não se alegra com a injustiça, porque se alegra com a verdade, tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta” (I Cor. 13:4-7). Isso é o que precisamos fazer, semeando esperança e mudança para hoje e para o amanhã, à luz do que temos vivido até ontem. Ainda pensando nas palavras de Vandré...
             Os amores na mente, as flores no chão,
             A certeza na frente, a história na mão,
             Caminhando e cantando, e seguindo a canção
             Aprendendo e ensinando uma nova lição...


Se você me perguntar como é possível encarnar este estilo de vida, a minha resposta – para você e para mim – é simples e objetiva: dê uma considerável mirada na vida e na obra de Jesus Cristo: ele foi aqui na terra a expressão exata de Deus (Jo. 1:18), que é, em essência, todo amor (I Jo. 4:8), e oriente-se no sentido de imitá-lo a partir de sua própria motivação existencial.

Finalmente, não quero convidá-lo a atirar a primeira pedra, mas a desferir os primeiros golpes de amor. O momento de começar a mudança é agora. A primeira pessoa que deve agir assim é você. Aliás, toda mudança começa a partir de você mesmo. O resto (a não violência, a não propagação de imagens e sons violentos etc.) será apenas fruto do estilo de vida que, conscientemente, decidir abraçar. Afinal, “quem sabe faz a hora, não espera acontecer!”

Muita paz e alegria a todos!

Celso Tavares

domingo, 3 de outubro de 2010

UM ARROZ, UM FEIJÃO E UM SORRISO



Estava passando uns dias de férias com minha família, no sul do país, numa região onde se concentram algumas colônias italianas. Naquele domingo, havíamos decidido ir ao estádio de futebol assistir um dos times da cidade jogar uma partida amistosa preparatória para o campeonato estadual que estava por começar.

Uma vez que o time em questão estava fazendo o seu período de concentração pré-temporada no mesmo hotel onde estávamos hospedados, e aproveitando que fizemos – principalmente os meus filhos – amizade com alguns jogadores e membros da comissão técnica, perguntamos a eles qual o procedimento para entrar no estádio para aquela partida específica. Então, nos informaram que os torcedores estariam levando um quilo de alimentos não perecíveis como “ingresso”.

Já que queríamos agir como os demais torcedores, antes da partida, saí para comprar algo para levar ao estádio e garantir a nossa entrada. Porém, como era domingo, e o hotel não ficava exatamente dentro da cidade, não encontramos supermercados abertos por ali. No entanto, acabei encontrando uma mercearia funcionando: um “pequeno” estabelecimento comercial, mas que possui – percebi posteriormente – uma grandiosa filosofia de vida.

Fui até uma das prateleiras, peguei o produto e dirigi-me ao balcão para pagar: um pacote de arroz. Em seguida, uma senhora italiana sorridente veio me atender, e já manifestou sua cordialidade: “Vai preparar um belo risoto, hein?” Ao que respondi espontaneamente: “Não, querida, apenas o arroz mesmo.” Ela então fez o simples, mas profundo, comentário: “Isso aí: um arroz, um feijão, e um sorriso, é tudo o que precisamos para uma bela refeição!

Saí daquele lugar com uma intensa sensaçãp de alegria, concordando maravilhado com aquela autêntica filosofia de contentamento. E assim, ainda estou refletindo naquela preciosa lição existencial que me foi compartilhada: será que é tão difícil contentar com o que é simples e suficiente?

Paz e alegria!

Celso Tavares