quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

FELIZ ANO NOVO!

É bom olhar para trás, neste final de ano, e perceber tantas coisas que se passaram: algumas não tão agradáveis, outras que ainda nos desafiam, e há ainda aquelas que foram acontecimentos especialíssimos em nossas vidas. É isso mesmo... O calendário nos dá a "dica" para avaliarmos o que passou, e o que pode e deve ser feito para que as coisas, no próximo ano, sejam sempre melhores.

Aqui vai uma outra sugestão que você deveria considerar como uma oportunidade imperdível: neste sábado, dia 31 de dezembro às 22h, estaremos nos reunindo para celebrar, orar, comungar , refletir e nos preparar espiritualmente para a nova arrancada: a trilha de 2012. Essa é a trilha na qual todos nós, de todos os lugares, querendo ou não, estaremos caminhando. A melhor coisa é começar uma nova trilha de mãos dadas com quem anda para o mesmo rumo.

Então, tá marcado. Sábado nos encontramos e festejamos... juntos! 

terça-feira, 18 de outubro de 2011

INTENSIFICANDO A ADORAÇÃO

Nesta semana, temos conosco o Marc James, líder de louvor da Vineyard, da Inglaterra. Por isso mesmo, estaremos com uma programação intensa aproveitando a presença dele entre nós. Então fique ligado nos dias e horários. Participe e convide outras pessoas para estarem conosco:

QUARTA FEIRA ÀS 20h - Encontro para a igreja e convidados. As Comunidades Pioneiras estarão juntas nesta noite. 
SEXTA E SÁBADO ÀS 20h - Conferência no Instituto de Educação (Entrada: 1kg de alimento não perecível que será distribuído pelo Expresso Compaixão a famílias carentes)
DOMINGO ÀS 18h30 - Na celebração da igreja (não haverá reunião pela manhã)

Uma igreja apaixonada em adoração é algo que definitivamente toca o coração do Pai.
Não há porque perder essa oportunidade tão preciosa de experimentar essa ralidade.
Até lá!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A SABEDORIA TAMBÉM PROPÕE MUDANÇAS - Celso Tavares

Dois amigos se encontraram num bar, depois de um dia de trabalho, assentaram-se à mesa e pediram uma bebida. Enquanto esperavam, um deles começou uma conversa que parecia apenas um suspiro bobo e ingênuo. O fato é que é a partir de suspiros assim, leves e espontâneos, é que surgem grandes descobertas e resoluções impactantes na vida. Nem eles pensavam que poderiam ir tão longe...

- Ah, meu amigo, como eu gostaria de ser diferente! - Suspirou em voz alta Vital, com um ar meio apreensivo.
- Como assim? Você sente desejo de ser diferente? - Perguntou Sávio, querendo entender melhor do que se tratava.
- Claro. Eu não sou perfeito!
- Ainda bem... Se o fosse, não estaríamos conversando agora. Mas, o que te faz sentir assim?
- Olha, eu sei muitas coisas, mas não consigo aplicar o que sei e gostaria à minha vida. Eu sei que diante de certas circunstâncias eu deveria falar e agir de maneira diferente.
- E por que você pensa que não pode mudar?
- Mudar? Bem, não é exatamente nisso que estou pensando. Eu também não estou tão mal assim!
- Ah, entendi - respondeu prontamente Sávio - Você deseja ser diferente, mas não quer mudar, certo?
- Certo. Mas, é que tenho sonhos que gostaria de realizar... mas, como sou hoje, sinto que será muito difícil que isso aconteça.
- Talvez seja porque eles demandem algum tipo de esforço que não queira fazer, o que acha?
- Pode ser. Mas, em que tipo de demanda você está pensando?

Naquele instante o garçom chegou e perguntou se gostariam de pedir algo para comer. Sávio, já conhecendo o gosto do amigo, pediu que lhes trouxessem uma porção de bolinhos de bacalhau. Porém, Vital o interrompeu apressadamente: "Você me conhece mesmo hein? Mas, hoje quero algo diferente: queria experimentar a porção desse rosbife que vi no cardápio. Pode ser?" Sávio deu uma risada, quase uma gargalhada - meio discreta - e comentou: "Tá vendo como é o negócio de mudar? A gente tem sempre que fazer escolhas!" O amigo riu e disse: "Tá bom... mas, me diga, em que tipo de demanda você estava pensando...
- Que tal começar a pensar diferente: uma mudança de mente?
- Lá vem você de novo com essa conversa de mudanças...
- Qual o problema? Você tem tanto medo assim?
- Não é medo. Não tenho medo de mudar... Acho apenas difícil ser diferente.
- Veja bem - falou Sávio num tom mais reflexivo - para ser diferente é necessário não permanecer igual: isso é mudar! Aliás, vale lembrar que o sentido nato da palavra mudar é trocar de lugar. Isso o incomoda muito, não é mesmo?
- Incomoda porque eu não quero trocar de lugar. As coisas sempre foram boas para mim...
- Que tal, ao invés de pensar no medo de trocar de lugar, ou até mesmo nas diferentes atitudes, você pensar na possibilidade de viver algo novo?
- Viver algo novo... Isso já soa melhor - Concordou Vital com um ar, de certa forma, aliviado.
- É claro. Viver algo novo é não viver aprisionado ao passado, e isso é caminhar para ser diferente.
- Mas, eu gostaria de viver algo diferente sem ter que, necessariamente, abrir mão de tudo o que vivi até agora!
- E não é exatamente assim - falou de maneira enfática Sávio - No entanto, se tudo estivesse perfeito você não teria esse anseio por ser diferente!
- Eu sei que posso ir mais adiante. Eu sei que existem coisas maiores e melhores que posso e até preciso experimentar na vida, mas...
- Mas, vai ser preciso mudar!
- De novo?
- De novo não... ainda. Você não está querendo lidar com esse pequeno detalhe que é fundamental.
- Ok. Então me diga: como é que eu poderia começar a mudar agora, neste momento. Mas, eu não quero deixar para trás as coisas que sempre funcionaram, que sempre deram certo...
- Mas, você não terá que deixar para trás o que está agora com você: o que não faz parte do seu presente é apenas o passado que, querendo ou não, já ficou para trás!
Coincidentemente, naquele momento, chegou novamente o garçom, desta vez, porém, trazendo o rosbife que haviam solicitado. Chegara também ali uma oportunidade metafórica para o que Sávio iria mencionar em seguida. Por isso, Sávio prosseguiu...
- Bem, primeiro você precisa saber aonde deseja chegar. Você já sabe de onde precisa sair: isso é bom! Pense nisso: você decidiu abrir mão dos bolinhos de bacalhau para experimentar o rosbife. Você não disse que fez isso porque os bolinhos estavam lhe fazendo mal - o que seria uma boa e legítima justificativa -, mas, no momento em que optou pelo rosbife, você deixou a experiência dos bolinhos no passado. Isso não faz sentido para você?
- Faz. Mas, eu não preciso olhar o meu passado para descobrir aonde quero chegar e se vou conseguir chegar lá? - Perguntou Vital como quem estava se abrindo para as possibilidades consideradas pelo amigo.
- Não. De forma alguma. A história da sua vida ajudou você a ser quem é hoje - ou foi até ontem -, mas a história em si não é você. Pelo menos não enquanto você estiver vivo. Você precisa saber é se tem forças e condições para dar os primeiros passos rumo ao seu propósito. A chegada é sempre o resultado de muitos e muitos passos, mas é um passo de cada vez.
- Tá certo, filósofo de boteco! - Isso foi um bom motivo para novas risadas descontraídas e relaxantes - Mas, onde eu desejo chegar parece um lugar tão inatinigível: é como se  fosse o lugar perfeito!
- Certamente é perfeito para você, e por isso deve ser o seu alvo, o seu objetivo, e tem a ver com crescer e ser melhor. Creio que foi Teresa de Ávila quem disse que uma vez que você saiba onde quer chegar, o se maior desafio será dar o primeiro passo. Mas, enquanto não tiver isso claro, você anda e se desgasta sem rumo e sem propósito.
- Então você acha que as coisas são simples assim? - Questionou Vital tentando trazer um realismo fatalista para a conversa.
- Bem, simplicidade é um dos grandes desafios da vida, sobretudo dessa vida corrida e cheia de complicações relacionais e tecnológicas. No fundo, a gente é que complica as coisas. Estamos sempre querendo alcançar o que sonhamos, mas também cedemos, muitas vezes, à pressão dos sonhos e aprovação dos outros: aí a vida fica complicada mesmo.

Vital pôs-se a olhar para fora do bar: as luzes, o movimento das pessoas e dos carros. Ficou bem pensativo e com ar bastante introspectivo . Sávio percebeu que lhe devia esse tempo diante de tudo o que havia sido colocado, mas, após alguns minutos, decidiu quebrar o silêncio...
- E aí... O que acha de tudo isso?
- Sabe de uma coisa? O que concluo dessa nossa conversa, que foi melhor do que eu esperava, é que vou ter mesmo que definir o meu alvo e partir pra isso!
- É isso aí. Esse é o princípio da reação...
- E tem que ser imediato - Interrompeu-o Vital, como quem acaba de fazer a opção pela mudança.
- Mas, pense bem numa outra coisa: qualquer que seja a sua escolha, lembre-se que deve visar o melhor para você e para os outros - Acrescentou oportunamente Sávio.
- Você não deixa escapar nada hein? - Considerou Vital amistosamente e tranquilo. 
- Então, que assim seja: viva a possibilidade de mudar! - Falou Sávio em tom festivo, erguendo o copo como propõe um brinde, e os copos de ambos se encontraram fazendo um belo tim-tim.

"Prestem atenção na maneira como vivem: que seja como sábios, 
aproveitando ao máximo cada oportunidade" (Efésios 5:15,16)


Nota: Os nomes não estão aí por acaso!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

"IDENTIDADE PLURAL: QUE DOENÇA!"

Dias atrás eu assistia a uma partida de futebol pela TV, quando o técnico de um dos times substituiu um dos jogadores colocando um que estava, circunstancialmente, no banco de reservas. Aí o comentarista fez a seguinte observação: "Já o vimos jogar como zagueiro, lateral e meio de campo, mas como atacante será a primeira vez. Acho que ele não vai dar conta disso!" Foi exatamente o que ocorreu: jogou mal e comprometeu o time. Um fato simples e corriqueiro neste tipo de esporte.
Uma constatação paralela que me veio à mente, entretanto, é como isso também anda acontecendo nas diversas áreas da vida - da nossa vida. O estilo de vida competitivo que coisifica as pessoas tem levado muitos a assumir papéis e funções que não são os seus: na família, no trabalho, na sociedade etc. O resultado não pode ser outro senão um verdadeiro comprometimento dos projetos em que se está envolvido.

Quando assistimos a certos filmes em que determinados personagens se caracterizam pelo uso de disfarces achamos interessante, afinal aumenta o senso de aventura e curiosidade. Mas, na vida real a coisa não funciona assim. Todo disfarce é o encobrimento da verdadeira identidade. Quando a identidade de uma pessoa é escondida, ou mesmo sufocada, as relações nas quais se encontra envolvida ficam totalmente comprometidas.

Cada pessoa tem uma só cabeça, por isso tentar fazer uso de mais de um chapéu ao mesmo tempo é um risco e até, eu diria, uma atitude ignorante e autodestrutiva. Identidade plural é uma falsificação ideológica: é um crime contra a própria essência de ser quem realmente é. Não é saudável tentar ser você e outra pessoa simultaneamente. É por isso que os estudantes, candidatos aos exames de vestibulares, ficam desorientados, em crise, quando precisam fazer a opção por um curso ou carreira. Não sabem se assumem quem são com suas habilidades reais e seus sonhos, ou se devem enveredar-se pelos tradicionais caminhos dos disfarces como o fizeram - e o fazem - seus amigos, parentes e mentores. É por isso também que pessoas graduadas em certos cursos acabam trabalhando satisfatoriamente em áreas completamente diferentes. Certamente, cederam em algum momento da vida à pressão de se ganhar mais do que precisavam ou de ter que alcançar o status aprovado pela opinião dos outros e aí, num certo momento, tiveram que rever suas opções anteriores. É por isso também que muitos cônjuges desistem do casamento: o papel do marido ou esposa nada mais tem a ver com o papel que foi "representado" no namoro - época de muitos disfarces - e quando chega o momento de expressar quem realmente é, manifestam-se verdadeiros desastres relacionais.  O fato é que chega um momento na vida quando todos cansam da mediocridade do uso de máscaras. Aí, então, corre-se o risco de os outros não gostarem tanto da verdadeira identidade exposta.
É essencial o autoconhecimento para manter-se nos trilhos da verdadeira [auto]identidade. Infelizmente, hoje, muitos reagem às crises de autoimagem buscando transformar-se em outras pessoas, à imagem e semelhança dos estereótipos banais formatados pela mídia. Agora virou moda nos programas de TV os quadros do tipo "antes e depois": a pessoa se submete a um processo no qual é transformada na aparência e recebe, após a exibição do resultado, os aplausos do público e maior aceitação de familiares e amigos. Porém, esquecem de que é uma mudança exterior e que toda mudança que só ocorre de fora para dentro tende a gerar deformações emocionais, uma vez que é fruto de pressão e não de um coração necessariamente transformado. Além disso, os recursos materiais e financeiros, os produtores e assessores de moda e maquiagem não estarão mais à disposição no dia a dia da vida que seguirá. A partir daí, é até possível que surjam dívidas e comprometimento da própria consciência para tentar manter o padrão do novo disfarce. 

Não é que não podemos, vez por outra, mudar a aparência procurando um certo embelezamento. A questão destacada aqui é que o que valorizamos de fora mostra o estado de dentro, da alma, da verdadeira identidade. Podemos até, em algumas ocasiões, nos sentirmos descontentes com o que estamos sendo, ou mesmo ter o desejo de sermos pessoas melhores e mais eficazes. Mas isso não deve nos levar a buscar adotar a aparência e o talento de outros como o modelo absoluto a ser seguido. Na verdade, isso, muitas vezes, pode ser sintoma de inveja - uma motivação destrutiva para qualquer tipo de mudança.

Podemos mudar nossas atitudes, e em alguns casos devemos mudá-las, mas isso à luz de quem somos e devemos ser, e não por causa da pressão de sermos outra pessoa. O ser humano é único em essência e não uniforme. Caso alguém queira saber como detectar a anomalia da crise de identidade que assola a sociedade, basta ir às festas ou grandes eventos sociais e observar a uniformização generalizada de mentes geralmente desprovidas de segurança, autoafirmação e até de senso crítico: roupas, cabelos, penteados etc. É fácil perceber um bando de gente disfarçada, e o que é pior: a maioria usa o mesmo tipo de disfarce, ou seja, estão usando a identidade de uma outra pessoa a fim de serem aceitas por grupos específicos. Na verdade, existencialmente, agem como um bando de criminosos. "Isto é uma vergonha!" usando o jargão do Boris Casoy.

Cada um recebeu de Deus o dom de ser quem é. É como se fôssemos membros de um único corpo. Precisamos pensar e encarar nossa identidade e funcionalidade num sentido complementar. Nossas habilidades específicas são necessárias para o bom e pleno funcionamento do todo. Haverá similares e distintos, porém, não existimos para sermos cópias, mas originais. Cabe, portanto, a cada um ser quem realmente é e cumprir bem o seu devido papel - aquilo para o qual existe, aquilo que sabe fazer bem, ainda que possa vir a melhorar - Deus mesmo nos convida à melhoria constante a partir de uma renovação da mente e do coração.  É essencial não tentar ser quem não pode ser e nem buscar fazer o que não deve ou não tem habilidades fundamentais para fazer. À luz da criação Divina e da vida a identidade de cada um é rica em beleza e expressão. Por isso não há como viver uma identidade plural, com muitas faces - isso é uma distorção do próprio caráter.

Ao lidar com isso, certamente, estaremos cooperando na diminuição do estresse emocional, da competição social e de certas doenças e sofrimentos - em nós e nos outros -, e ainda proporcionaremos à nós e às outras pessoas o senso de utilidade, de valor e de liberdade que todos desejamos.


Paz e muita alegria!

Celso Tavares

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A MELHOR PARTE

"Maria, sua irmã, ficou sentada aos pés do Senhor, ouvindo a sua palavra. Marta, porém, estava ocupada com muito serviço. E, aproximando-se dele, perguntou: 'Senhor, não te importas que minha irmã tenha me deixado sozinha com o serviço? Dize-lhe que me ajude!' Respondeu o Senhor: 'Marta! Marta! Você está preocupada e inquieta com muitas coisas; todavia, apenas é uma necessária. 
Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada'." (Lc.10:38-41)

Muitos conhecem bem esta história, mas outros nem tanto. Marta e Maria eram irmãs de Lázaro, um amigo de Jesus - a quem ele ressuscitaria mais tarde(Jo.11:17-44). Naquele dia, no entanto, Jesus estava na casa destes amigos compartilhando detalhes, como sempre o fazia, de sua notícia boa. Foi então que proporcionou um ensino preciosíssimo de um valor do seu Reino que tem significado profundo ainda hoje.

O evento gira em torno do contraste entre as prioridades de Marta e Maria: a primeira, preocupadíssima não apenas com com o trabalho que fazia - nada errado! -, mas, principalmente com a atitude da outra que não agia de modo semelhante ao seu - esse hábito do ser humano de avaliar a performance do outro a partir da sua própria! - , o que a incomodava profundamente. Na verdade, Maria dedicara toda a sua atenção a escutar e absorver a vida em palavras e gestos que procediam de Jesus: tinha um coração naturalmente contemplativo. Diante do desassossego expressado por Marta, Jesus soltou taxativamente a chave da lição daquele dia: "Você está preocupada e inquieta com muitas coisas; todavia, apenas uma é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada!" Ali estava a manifestação do Reino (o toque do "dedo de Deus" - Lc.11:20) atingindo o centro da personalidade de Marta - alguns diriam "o ego" da Marta.

ESSE NEGÓCIO DE TEMPO PARA DEUS...
Gente desassossegada de coração adora compartimentalizar a vida e a própria agenda. Assume que, na correria da vida, arrumar um tempo para Deus é o sacrifício de separar certos períodos específicos para Ele: na oração com hora marcada, nos cultos ou reuniões da igreja, em eventos especiais etc. No entanto, na espiritualidade de Jesus o princípio é diferente: tempo para Deus é uma questão de se estar disponível a qualquer hora e em qualquer lugar em que Ele aparecer para estar conosco, e isto Ele faz todos os dias - em qualquer hora e local -, e Sua agenda é sempre o melhor "programa"(consolo, cura, ensino, revelação etc.).

UMA COISA É SABER, OUTRA É EXPERIMENTAR!
Saber que Deus está vivo e se manifesta em todos os lugares, e carregar consigo os conceitos de crença é algo interessante, mas não é o melhor. Desenvolver uma relação interativa e constante com Ele, ao longo de todo o dia, essa sim é a melhor parte. É a parte que escolhe quem nutre expectativa e tem olhos e ouvidos espiritualmente abertos. Quem está disponível para Deus O experimenta em momentos e locais inusitados.

NOSSAS NECESSIDADES DESENHAM NOSSAS PRIORIDADES
Nem sempre nossas prioridades são as que afirmamos ser. Basta fazer uma avaliação honesta de onde gastamos nosso tempo, dinheiro e energia. Somos sempre dirigidos por nossas necessidades - embora nem sempre estas sejam, de fato, as nossas verdadeiras e maiores necessidades. Quem realmente crê em Deus sabe que Ele é o provedor absoluto para todas as áreas da vida: material, física, emocional e espiritual. Em outras palavras, Ele é a Fonte de onde devemos buscar recursos e sabedoria para todas as questões e circunstâncias. Portanto, a grande coerência seria fazer a opção de manter a relação atenciosa e "interativa" com Ele permanentemente acesa: priorizar a melhor parte. A escolha de Maria deve não apenas nos ensinar, mas, sobretudo, nos inspirar.

ONDE ESTÁ O SEU CORAÇÃO?
Um coração demasiadamente preocupado - por isso desassossegado - como o que Marta manifestou naquele momento, é fruto de uma alma insegura, sem descanso, sem paz, agitada, sem esperança e até... sem fé. Jesus disse que "onde está o seu tesouro aí está o seu coração"(Lc.12:34): devotamos o foco de nossa atenção àquilo que realmente tem valor e significado para nós. Num outro contexto, Francisco de Assis afirmou que "o problema de se adquirir posses é que assim que as consegue torna-se necessário aquirir também armas para protegê-las", ou seja, nosso coração volta a atenção prioritária para o que é realmente precioso aos nossos olhos: se queremos coisas, nos dedicaremos à isso com afinco. Defendemos nossos valores com unhas e dentes! Por isso, a despeito de haver uma concorrência cruel, fazer a escolha pela melhor parte demanda uma atitude diária e constante. Não se obtém intimidade e amizade com Jesus apenas participando das reuniões da igreja, nem lendo alguns trechos da Bíblia ou de livros inspirativos, ou mesmo falando ou discorrendo sobre ele. O princípio é manter a mente e o coração conectados com sua presença que caminha conosco em todos os momentos e lugares. A chave, portanto, para isso é considerar a presença e palavra dele como prioridades a serem cultivadas. Veja que não foi Maria que justificou sua própria atitude. Nem com isso ela precisou se preocupar. Jesus é quem justifica os que fazem a escolha pelo melhor.

NINGUÉM DESEJA FICAR COM O PIOR!
Independente do que venha a ser a "pior" parte no contexto de nossas vidas, nosso desejo é sempre pelo melhor. Assim, nesta reflexão a partir das atitudes de Marta e Maria, encontramos a dica do que é, de fato, a melhor parte. Lembre-se: nem todas as outras atitudes são erradas ou injustificáveis, mas só uma é "a melhor" - estar aos pés de Jesus (presente diante dele com o corpo, a alma e o espírito) com o coração totalmente devotado à sua vontade (ouvindo a voz que comanda o universo). Onde? Onde você estiver. Como? É só uma questão de "estar" diante dele disponível. Certamente, o que isso produzirá é de valor inestimável.

Agora, seja sincero e responda à questão: Que parte você tem escolhido? A de Marta, que produz muito, não tem tempo para mais nada, e mantém um coração preocupado, inquieto e queixoso? Ou a de Maria que sabe exatamente onde investir a prioridade de sua atenção existencial e sabe que é dali que procedem a ordem e os ajustes para os desafios e trabalhos que terá pela frente? Não há dúvidas de que colhemos o que semeamos. Que parte você escolhe agora? Pessoas que são, ou desejam ser, apaixonadas por Jesus desenvolvem intimidade e interação com ele: isso não se acha em trabalhos sócio-eclesiásticos nem tampouco em exercícios intelectuais. É fruto de uma experiência "mística"(que se adentra ao mistério) e relacional. O absoluto é que uma vez escolhida, "a melhor parte não nos será tirada por nada nem ninguém"!

Paz e muita alegria!

Celso Tavares

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

É HORA DE INTENSIFICAR O SEU PREPARO PARA A OBRA!

Um treinamento ministerial profundo, prático, 
dinâmico e frutífero.
Aberto a todos os interessados
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terça-feira, 26 de julho de 2011

QUANDO O POUCO SIGNIFICA MUITO - Keith Green

Não se engane. Quando começamos a obedecer a Deus, precisamos fazer mudanças radicais no nosso estilo de vida. Recentemente, Deus começou a tratar comigo acerca de uma área específica da minha vida. Isso realmente me impactou. Eu e Melody costumávamos sair muito para comer fora. Mas Deus nos convenceu de que não deveríamos comer fora tão frequentemente. Se possível, comeríamos em casa. Assim, começamos a fazer comida em casa, que nos custava um terço do que custava para comer em um restaurante.

Naturalmente, é muito melhor ter alguém para cozinhar, servir a comida e lavar os pratos. Mas fomos convencidos de que era um desperdício do dinheiro de Deus, pagar para que alguém fizesse o que nós mesmos podíamos fazer facilmente. Agora, o dinheiro que economizamos comendo em casa é dado aos pobres. É algo tão insignificante, mas procede de corações transformados.

Qualquer um pode pedir a Deus para mostrar como fazer coisas semelhantes. Deus procura pessoas que coloquem a si mesmas e seus recursos no altar para que Ele as use. Não apenas as sobras, mas as primícias.

Jesus repreendeu os fariseus por darem apenas o que lhes sobrava. Desse jeito, era fácil dar. Ele via esses sujeitos muitos zelosos dando o equivalente a mil dólares para o tesouro do templo. Então veio uma viúva e colocou dois centavos na caixinha. Parece ínfimo, certo? Mas Jesus disse:
"Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos os ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento (Mc. 12:43,44)".

À luz da oferta da viúva, a atitude dos fariseus é como a pessoa que não precisa de algo - por exemplo, uma blusa de frio - e resolve dá-la. A pessoa que precisa da blusa recebe e diz "glória a Deus!" e quem deu acha que está dando generosamente e obedecendo a Bíblia. Mas a verdade é que deu algo que estava pronto para jogar fora. Doamos apenas para liberar espaço para guardar o casaco de arminho que compramos. Isso não é sacrifício, e não é o estilo de vida que Jesus deseja que vivamos. Ele deseja usar tudo o que confiou a nós. Nossa generosidade mostra que toda a nossa vida está nas Suas mãos, e que nossa fé não é vã
É fácil dar mais do que um homem rico: basta dar de coração. Jesus não olha para a quantidade que damos, mas olha para o quanto nos custa para darmos - quanto nos custa abrir mão de algo para ministrar aos outros. Jesus estava falando de sacrifício.

(Extraído de "Se Você Ama o Senhor", Keith Green. pp.195,196. Ed. ABU)


sexta-feira, 22 de julho de 2011

POR ONDE COMEÇAM GRANDES MUDANÇAS?

“Mudança” é uma palavra que incomoda, uma atitude que desafia e, certamente, um procedimento constantemente necessário na vida de todas as pessoas, até mesmo no contexto das instituições.

As coisas não estão como deveriam estar!” Já ouviu ou falou isto alguma vez? Tenho certeza que sim. De fato, esta é uma constatação social geral desde há muito tempo. No entanto, a boa notícia é que ninguém precisa se entregar ao fatalismo e cooperar com situações caóticas: há sempre a possibilidade de mudar!
O estilo de vida da nossa sociedade marcado por individualismo, consumismo e, consequentemente, materialismo, tem tornado a vida de todos num verdadeiro pandemônio causando estresse, depressão, esgotamento, obesidade, fragmentações familiares – dentre outras coisas – a todo tipo de pessoas, de todas as classes sociais, mesmo no ambiente da igreja. “Não é certo que as coisas sejam assim!” É hora de mudança: é tempo de despertar!
"Todo mundo pensa em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo" (Leon Tolstoy)
Sim! Mas, historicamente, as grandes mudanças não começaram com multidões, mas pequenos grupos de pessoas. Aliás, na maioria das vezes, começaram com indivíduos dispostor a mudar e a gerar mudanças em grupos, sistemas e na sociedade. Um indivíduo é muito mais do que apenas ele. Há sempre outros envolvidos e conectados na história de cada um. Cada pessoa pode se tornar um agente, ou instrumento, de grandes transformações sociais a partir de mudanças de atitudes em si e em seu círculo relacional: família, parentes, amigos, colegas etc.

É à luz dessa realidade que queremos fomentar um movimento de mudança social. Estamos lançando desafios práticos que comecem a ser adotados a partir de nossa comunidade local e possam, ao longo dos dias, semanas e meses pela frente, tocar o estilo de vida de todos com quem convivemos ou viermos a conviver.

Temos refletido nas últimas semanas sobre os votos cristãos de uma vida consagrada a Deus. No entanto, a reflexão só fará sentido se for uma dinâmica facilitadora da ação do Reino, ou seja, se promover transformações relevantes na vida das pessoas para o bem estar de todos: dentro e fora da igreja.

Assim, neste domingo (às 10h da manhã) estaremos refletindo sobre “o voto da simplicidade”, e o faremos à luz dos princípios e exemplos de Jesus. Trata-se de algo que propõe servir de cura e libertação para esse estilo de vida que tem trazido mais enfermidade do que saúde e benefícios às pessoas. Porém, o alvo da reflexão é a atitude prática que será proposta ao final da mesma: uma semana transformadora a partir de ações simples e revolucionárias. Serão, é claro,  sementes lançadas que produzirão frutos de mudanças, e de “boa” vida.

O que será feito? Isso é o que será compartilhado ali… na reunião da igreja, naquele precioso momento.
Então, se você deseja começar a mudar o seu estilo de vida e a ajudar outros a mudar e a promover um estilo de vida mais simples, generoso e revolucionário, esteja conosco na celebração deste domingo.

Grandes mudanças poderão começar a acontecer a partir de você!

Não se deixe amoldar por este mundo, mas transforme-se pela renovação da sua mente” Rm. 12:2

Paz e muita alegria a todos e… até lá!

Celso Tavares

quarta-feira, 13 de julho de 2011

AONDE VOCÊ DESEJA CHEGAR? ESCOLHA UMA PORTA E.. ENTRE!

"A humildade precede a honra.
O orgulho precede a queda."
Eis aí dois princípios bíblicos: um diz respeito à humildade e o seu fruto, e o outro a respeito do orgulho(arrogância) e suas consequências. Os fatos da vida os confirmam e “contra fatos não há argumentos”, não é mesmo?

Acho bastante interessante dar uma pensada nisto a partir da observação de alguns personagens bíblicos. Veja bem…
José… na humildade –e até no sofrimento – alcançou proeminência e foi colocado em posição de poder.
Moisés… na submissão – e até humilhação – descobriu o caminho da liderança e da exaltação, e Josué, seu discípulo, aprendeu a trilhar o mesmo caminho e alcançou notoriedade diante de Deus e dos homens.
Saul… pelo seu orgulho e autosuficiência experimentou o gosto da “desgraça”.
Davi… na sua humildade foi elevado a Rei, e na sua sujeição tornou-se um homem segundo o coração de Deus.
Salomão… na humildade conheceu a honra, mas ao ceder ao orgulho vivenciou a queda e a loucura.
Hamã… o seu orgulho, adquiriu status que o conduziu à forca dos covardes e manipuladores.
Ester… na humildade, submeteu-se à orientação de Deus por meio de Mordecai e veio a ser instrumento de libertação de um povo.
Daniel…  com toda a sua juventude, optou pela humildade e tornou-se sábio e profeta da revelação dos mistérios de Deus.
Jeremias… na humilde confiança em Deus tornou-se o mensageiro da restauração de Judá.
Isaías… na obediência humilde e pública tornou-se o profeta da salvação.
Oséias… na sua sujeição veio a ser o proclamador encarnado da compaixão de Deus.
… enquanto cedia ao orgulho discutia com Deus e experimentou a angústia de sua pequenez e finitude. Mas, ao humilhar-se conheceu a prosperidade que procede de Deus.
João Batista… em sua humildade foi reconhecido como “o maior” dentre os nascidos de mulher.
Herodes (dos dias de João Batista)… por seu orgulho experimentou o aprodrecimento do corpo e da alma.
Nicodemos… apesar do seu status social, optou pela humildade ao ir ao encontro de Jesus. Acabou por descobrir o novo nascimento, para a vida eternal.
Judas Iscariotes… na opção pelo orgulho, vendeu o amigo e a própria alma, e não suportou o juízo da própria consciência.
Simão Pedro… pela humildade, chorou o choro do arrependimento e tornou-se um pastor comissionado por Jesus para cuidar do Seu rebanho, e ainda veio a ser considerado “coluna” da igreja de Cristo.
Ananias e sua mulher, Safira… por orgulho – fruto da inveja – amargaram o juízo de Deus e a própria morte.
Paulo… ao abrir mão do orgulho social, politico e religioso, tornou-se um humilde discípulo de Jesus, e daí foi transformado no apóstolo de Deus para todas as nações.

Por orgulho, Israel – o povo - desobedeceu ao chamado para ser testemunha do Reino de Deus às nações, e por isso foi enviado para o “banco de reservas”.
Na humildade e submissão nasceu a Igreja, estabelecida para ser o Corpo de Cristo. Por isso foi colocada – nEle – nas regiões espirituais, acima de principados e potestades.

No seu orgulho, Satanás foi permanentemente excluído do Céu, do gozo da glória de Deus, e condenado às trevas até que venha o seu fim: é o inimigo de Deus!

Em total humildade, Jesus – Jeová Filho – tornou-se homem, fez-se servo de todos, em tudo foi obediente a Deus. Por isso Deus o exaltou e concedeu-lhe o Nome que está acima de todo nome e o fez Rei dos reis e Senhor dos senhores. Diante dele todo joelho se dobrará na terra e nos céus.

Encontramo-nos, todos os dias, diante de uma verdadeira “encruzilhada” ao longo dos caminhos da vida: um caminho tem como a porta de entrada o “orgulho”, e quem entrar por ele encontrará, mais cedo ou mais tarde, a ruína, a queda. O outro caminho tem a “humildade” como porta de entrada, e quem por ela passar, no momento apropriado, encontrará a honra, a devida prosperidade segundo Deus. Assim, é importante considerar aonde se deseja chegar e optar pela porta apropriada.

Numa sociedade individualista, materialista e imediatista, infelizmente, são poucos os que tem a coragem de optar pelos caminhos da humildade. No afà de conquistar aplausos, fama, riqueza, notoriedade e poder, muitos acabam por entregarem-se a sedução sutil e interior do orgulho e da autosuficiência. Alimentam-se de banquetes ilusórios e nada satisfatórios para sua subsistência, nem tampouco duradouros.

Certamente sofrimento, angústias, crises, quebrantamento e abnegação serão etapas inevitáveis desta jornada. No entanto, este é o caminho do sucesso segundo Deus. Essa é a trilha da virtude cristã. É por esta porta que passam os que seguem a justiça do Reino de Deus. Esse é o caminho dos bem-aventurados, aqueles “mais que felizes” nas palavras de Jesus. Essa é a condição para quem deseja experimentar a vida abundante norteada por fé, esperança e amor.

Então, aqui estamos nós… Ali está a encruzilhada… Estamos diante destas duas possibilidades… Só podemos passar por uma porta. Só nos basta escolher, entrar… e caminhar.

Portanto, humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus,
para que ele os exalte no tempo devido!” (I Pe. 5:6)

Feliz jornada!
Paz e muita alegria!

Celso Tavares
celtav@gmail.com
  

terça-feira, 5 de julho de 2011

COERÊNCIA: SENTIDO ÚNICO

"Andemos de acordo com o que já alcançamos!" Fp. 3:16

Algumas pessoas gostam de aprovar, ou reprovar, pastores e pregadores com frases do tipo: "Ele prega o que vive", ou "Ele não vive o que prega". Isso é interessante, mas, cá entre nós, é uma boa maneira de transferir a responsabilidade da coerência cristã. De fato, ninguém é chamado para pregar o que vive, mas "viver o que crê". São os valores que o indivíduo vivencia que demonstra de fato a sua o que ele crê. E esse chamado não está resumido a pastores, ou pregadores. É claro que um pregador tem uma responsabilidade imensa por cada palavra que profere, mas... sejamos sinceros: de púlpito(ao vivo ou não), por telefone, mensagens de texto ou virtuais (emails, facebook, twitter etc.), temos sido todos pregadores, não é mesmo? 

É muito triste ver como conseguimos tornar a dinâmica transformadora da Palavra de Deus em algo tão sem eficácia em nossas vidas práticas! O excesso de familiaridade dos "crentes" com a Bíblia e a mentalidade relativista de nossa sociedade pós-moderna tem contribuído para que nos contentemos com um estilo de vida superficial e até medíocre que em quase nada faz lembrar a vida de Jesus e dos apóstolos. É incoerência demais... Mas, tudo continua sendo feito em nome de Deus!

Os "crentes" (os que crêem conforme a fé cristã: católicos, protestantes, pentecostais etc.) deveriam ser os que mais crêem (i.e., tem capacidade extraordinária de confiar e esperar). No entanto, apresentam-se, generalizadamente, como pessoas extremamente imediatistas e precipitadas: desconhecem a virtude da esperança. A grande maioria confunde fé com pensamento positivo do qual espera-se que faça materializar respostas instantâneas. Quando não há esperança, há desespero - mesmo que travestido de piedade estereotipada. 

As relações entre os membros da Igreja (diferentes, mas membros do mesmo Corpo de Cristo), deveriam ser marcadas por submissão mútua, serviço, compaixão, perdão e amor. No entanto, o que prevalece são relacionamentos marcados por egoísmo, barganhas e oportunismo: não estou pressupondo, estou afirmando por conhecimento de causa vivendo no entre os mais diferentes meios "cristãos"(conservadores, carismáticos, pentecostais, paraeclesiásticos etc), dentro e fora do país. Via de regra, os relacionamentos não se firmam como grandes amizades (Ah, quem dera!), mas como companheirismos de "clubes". Na primeira divergência, as relações são - literalmente - cortadas e parte-se em busca do que tiver a melhor oferta para o ego dos futuros sócios. Isso, sem falar nas brigas tolas entre líderes que disputam fama e multidões, ou, pior, os que caluniam outros líderes pelas costas junto aos seus rebanhos manipulados e desprovidos de senso crítico.  Como diria Casoy: "Isso é uma vergonha!"

Faz parte da Confissão de Fé de grande parte dos evangélicos a declaração de que "a Bíblia é a única regra de fé e prática". Mas, infelizmente, faz parte dos frutos visíveis de muitos que declaram isso o estilo de vida incoerente com tal princípio. A Bíblia ora é objeto de estudo, ora é objeto de exposição discursiva; ora é talismã, ora é objeto de veneração. É realmente muito bom ler as Escrituras e ouvir pregações sensatas e equilibradas. No entanto, para quem crê que a Bíblia é a Palavra de Deus (este é o meu caso), ela é o instrumento da voz de Deus. Se formos à Bíblia e não escutarmos a voz de Deus, teremos apenas feito um exercício intelectual, sem impacto espiritual e existencial. Mas, se ouvirmos a voz de Deus... ah, se isso acontecer... não tenho dúvidas de que as nossas vidas serão transformadas e, de alguma forma, seremos instrumentos para a transformação de outros: não instrumentos para movimentação proselitista (que fazem adeptos de uma religião mudarem para outra). Afinal, se ouvirmos a voz de Deus, certamente, viveremos humildes em obediência radical. 

Mas o universo religioso que se desenha tem se contraposto ao espírito da obediência radical: é um mundo dos que se exibem, reivindicam, determinam, quebrantam-se apenas movidos por músicas, disputam os mais altos cargos das organizações/denominações cristãs com as mesmas aspirações políticas que envergonham a sociedade. Já não há mais, no geral, disposição para submissão, mas anseio pelas vitrines das "autoridades" abusivas, que a ninguém prestam contas.

Meus amigos, nós sabemos muito e a respeito de muitas coisas. Mas a quem queremos impressionar? Ou melhor, que tipo de fruto querermos colher, se é que somos nós quem deve colhê-los? Pensemos:
  • A Bíblia é a Palavra de Deus que está ao nosso alcance diariamente: há algo que nos impeça de observá-la e praticá-la? Em qual circunstância gostaríamos de saber a vontade de Deus? Eis a dica para todos nós.
  • A adoração é um estilo de vida de total e intensa devoção a Jesus. Nenhuma liturgia (músicas, danças, cd, etc.) ou reunião (culto, conferência, congresso etc.) pode resumir a realidade dessa condição interior.
  • Comunhão jamais foi - e jamais será - retratada por classes, cultos, reuniões ministeriais e programas. Comunhão é uma identificação comunitária onde há partilha e generosidade. Isso só acontece onde há profundidade relacional além das reuniões formais da igreja. 
  • Discipulado é o processo de seguimento - imitação - radical de Jesus. Não há como limitá-lo a reuniões, estudos bíblicos ou pregações. É um vínculo de serviço ao Rei do Reino. Ninguém vivencia discipulado sozinho, e muito menos fora de um contexto de formação comunitária local (igreja).
  • Compaixão é um procedimento exterior fruto de uma atitude interior que se move no sentido de promover o bem estar do outro ao sentir-se identificado com a dor e o sofrimento alheios. Não há a menor necessidade de se departamentalizar essa iniciativa. Aliás, quando isso acontece, o gesto se institucionaliza e está prestes a morrer. Quem é compassivo não precisa anunciar que vai fazer e nem divulgar o que fez: apenas age e socorre. Você e eu podemos ser assim em qualquer lugar, não é verdade?
  • O poder do Espírito Santo é a moção intensa da vida de Deus em nosso interior e deve ser conseguido e cultivado numa relação íntima e consistente com o Senhor. Jamais será uma "herança transferida" por pregadores (isso é aberração antibíblica!). No entanto, quando tal poder procede de Deus, ele se manifesta naturalmente em meio às circunstâncias onde há necessidades, e não no contexto de espetáculos para os espectadores religiosos. Bom, pelo menos isso é o que exemplifica Jesus e o contexto das Escrituras. É claro que pode ocorrer na evangelização. Porém, se formos honestos, veremos que Jesus evangelizava intensamente nas ruas e não necessariamente dentro do templo. Não é ele o nosso referencial (I Cor. 3:11)?
  • A justiça é marca essencial da presença do Reino e, consequentemente, da presença profética dos discípulos de Jesus (Mt. 6:33). Mas justiça nada tem a ver com parcialidade institucional. Justiça não é legalismo denominacional. Justiça é a atitude coerente que confronta as manifestações do pecado e da maldade em toda forma de estrutura: social, política, econômica, cultural e religiosa. 
  • A Igreja é o Corpo de discípulos de Jesus. É a Sua família... Aliás, deve ser a nossa família. Laços familiares são profundos e eternos. Nenhuma família - sólida e equilibrada - consegue sobreviver de estudos, formalidades, ritos, reuniões etc... As relações devem ser interpessoais (entre pessoas; relação de cooperação etc.) ou, como a chamam alguns: "vida-na-vida". Para desenvolver esse tipo de relacionamento na prática é preciso honrar - ainda que sacrificialmente - o "pacto de sangue" feito a partir de Jesus. Ele comprou pessoas de todas as raças, povos, línguas e nações, e as transformou em uma família. Quem não convive intensamente com a comunidade local, pode até fazer a tal "obra" em nome de Deus, mas, dificilmente, sabe o que é pertencer à Ele. O desejo dEle, como bem sabemos, é que, antes de fazermos qualquer coisa em Seu nome, sejamos totalmente dele e uns dos outros. Daí procede a vida e o ministério (Sl. 133).
Bem, acho que posso dar uma pausa nessa reflexão por aqui. Há muito ainda o que pensarmos juntos. No entanto, o objetivo não é o muito saber, mas praticar o bastante. Esse é o caminho, andemos por ele: o caminho da coerência deve ser o sentido único da nossa caminhada cristã por aqui, enquanto ainda temos tempo para isso. 

Então, que os nossos corações possam se unir na angústia, no clamor, na cooperação, na oração, no serviço, no amor e na coerência.

Paz e alegria!

"Sejam praticantes da Palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos" Tg. 1:22

Celso Tavares





terça-feira, 21 de junho de 2011

UM GRÃOZINHO DE AÇÚCAR... REFINADO!

Essa é a lição que foi compartilhada pelo ensino na celebração do último domingo: "Uma fé do tamanho de uma pedrinha de açúcar(refinado) é que precisamos para ver situações aparentemente impossíveis de serem mudadas sendo transformadas em verdadeiros milagres!"
Uma ilustração que inspirou a reflexão pode ser achada no livro "A Mensagem Secreta de Jesus" de Brian McLaren(pp.71-77), e penso que vale a pena deixar a imaginação voar e refletir nas possibilidade da lição:

Vamos supor que uma repórter de um noticiário de TV se aproxime de Jesus e lhe diga: "Jesus, ainda temos trinta segundos antes do intervalo comercial. Será que poderia nos dizer em poucas palavras qual é o conteúdo de sua mensagem?" O que ele diria?"

"Todas as pessoas precisam reconsiderar suas vidas individualmente e devem reconsiderar nossa cultura com um todo e imaginar um futuro ainda não imaginado para nosso mundo"- ele poderia dizer. "Porque o Reino de Deus está aqui. Pode contar com isso."

A repórter poderia dizer: "Ahn, bem, sim. E como exatamente você definiria o Reino de Deus? Temos quinze segundos."
Posso imaginar Jesus dizendo: "Bem, o Reino de Deus é como um homem que tinha dois filhos..." Mais algumas frases sobre a história, a repórter interrompe e corta para os comerciais. Jesus acabou de perder uma grande chance de fazer com que sua mensagem causasse uma profunda impressão. Longe das câmeras, a repórter está curiosa: "Você poderia terminar a história a respeito do homem e de seus dois filhos?" Jesus conta a história e se prepara para partir. Porém, a repórter, ainda curiosa, sugere que tomem uma xícara de café. Os dois se dirigem a uma cafeteria e retomam a conversa: "Permita-me perguntar mais uma vez - será que poderia definir isso que você chama de 'o Reino de Deus'?"

Jesus começa: "É como uma mulher que fazia pão." 
"Não", interrompe a repórter, "não quero saber com que se parece. Quero saber o que é."
Jesus sorri e diz: "Bem, o Reino de Deus é como um comerciante de café procurando pelos melhores grãos de café orgânico para negociar..."

...a nossa repórter imaginária - que, a despeito de ser uma contadora de histórias, continua resistindo às histórias de Jesus. "Perdoe-me por interromper, mas em outra oportunidade estarei mais interessada em ouvir a mais algumas de suas histórias. Mas será que não existe outra maneira de você me falar sobre o Reino de Deus que não seja através de hist..." - a repórter começa a tossir e não consegue completar a frase. "Desculpe, são estes cigarros", diz ela a seguir, apontando para uma caixa em sua bolsa. "Sou viciada em cigarros há anos e ultimamente tenho me preocupado... será que desenvolvi um câncer de pul..." - outra sessão de tosse. 

Imagine que Jesus se curva sobre a mesa e toca em seu braço. "Você gostaria de ser curada dessa tosse?", pergunta a ela.
"Eu gostaria de ser curada do meu vício da nicotina enquanto ainda estou viva com ele", ela responde com um sorriso, que é seguido por outro acesso de tosse.

"Isso pode ser resolvido", diz Jesus, perguntando a seguir: "Você crê que Deus pode curá-la?"
De repente a repórter fica séria: "Bem, suponho que sim. Eu creio que... você sabe, que é possível teoricamente. Mas minha fé é tão microscópica...", ela responde.

Jesus então lhe diz: "Tudo o que se precisa é de uma fé microscópica, do tamanho deste grão de açúcar aqui na mesa. Por isso a sua fé microscópica te curou." A repórter se dá conta de repente de que a ânsia por tossir e o impulso para fumar desapareceram por completo. Ela respira fundo e percebe que seus pulmões não se sentiam tão plenos e saudáveis há muitos anos. "Eis aí um fôlego do Reino de Deus", diz Jesus. Com um sorriso, se levanta, deixa algum dinheiro sobre a mesa e sai da cafeteria.

A repórter ergue-se às pressas e o alcança à porta. "O que acabou de acontecer comigo? O que foi isso tudo?" Jesus para na calçada, volta-se para a repórter e lhe diz: "Isso foi um sinal, uma maravilha. Por ser um sinal, representa a realidade e a natureza do Reino. Como uma maravilha, te deixa completamente maravilhada; faz você pensar; quebra todas as suas categorias sobre o que é possível ou impossível. É assim que o Reino é. O que impossível com a humanidade é possível com Deus."

Então, é isso. O que Deus deseja e espera de nós é que...
- Creiamos...
- Obedeçamos...
- Coloquemos a nossa fé - simples e genuína como é - em ação.

Paz e alegria!

Celso Tavares

terça-feira, 14 de junho de 2011

UMA BÊNÇÃO REAL COM UMA DEMANDA NADA VIRTUAL

"Todo mundo quer viver muuuito!.." De fato, o ser humano não foi criado para a morte, mas, segundo a Bíblia, para vida longa, longuíssima, eterna. E isso não seria graças à intervenções científicas ou cirúrgicas, não fosse o poder tão destrutivo do pecado(essa "realidade interior" que levou - e ainda leva - o ser humano a agir centrado em si - egocentricamente - resistindo a submeter-se à vontade e desígnios de seu Criador) que, após instaurar-se no coração humano, abriu as portas para a entrada do envelhecimento, do sofrimento e da morte no mundo. Essa vida eterna seria o natural, o perfeito. 

No entanto, mesmo com essa realidade caótica instaurada, Deus manteve o anseio pela longevidade no âmago do ser humano, e este continua buscando, de todas as formas, alguma maneira de alcançá-la - sobretudo no contexto religioso. 
"Deus... pôs no coração do homem o anseio pela eternidade;
mesmo assim ele não consegue compreender o que Deus fez." 
(Eclesiastes 3:11)

Vivemos uma geração "virtual". As duas últimas décadas foram reviradas pela transformação social provocada pelo mundo virtual, proporcionado pela internet, é claro. No entanto, por mais que isso facilite alguns tipos de relações e atividades, de maneira nenhuma substitui a essência relacional do ser humano: estar em contato "real" uns com os outros. 

Longevidade e comunhão, pelos princípios bíblicos, caminham de mãos dadas: "Como é bom e agradável quando o povo de Deus vive junto, em unidade... Ali o Senhor ordena a bênção da vida para sempre" (Salmos 133:1,3). Assim, a fé cristã, que tem como um de seus suportes a vida em comunhão, não pode ralear esse princípio sucumbindo-se ao que é proposto por essa "sociedade líquida"(usando aqui a terminologia do sociológo Zygmunt Bauman): promovendo relações virtuais, desprovidas de emoções, reconhecimento de caráter, de frutos de santidade e justiça, e de vida em comunidade visível e real.
O MITO DA COMUNHÃO VIRTUAL                                                        
Pensar que este universo virtual possibilite, ou facilite, a profundidade relacional entre as pessoas é, de fato, uma utopia ou, se preferir, um "mito". Parece-me que, nesse sentido, a reportagem da Revista Veja (Edição 2221, 15 de junho de 2011) sobre "Os 10 Mitos da Vida Longa" de Juliana Mariz, faz uma declaração acertada em seu mito número 7 (logo esse número hein?): "Pessoas Religiosas Vivem Mais". O texto da revista diz o seguinte: 
         "Na  'turma do Dr. Terman' havia católicos, luteranos e ateus. Pessoas pouco ou muito religiosas e com engajamento variável ao longo dos anos. Para Leslie e Friedman, rezar faz a diferença, mas não por motivos sagrados, que asseguram um lugar no céu. O que vale mesmo é ir à igreja, fazer parte da comunidade, estar com amigos. Ser religioso ajudou muitos dos personagens a romper os 90 anos - simplesmente porque, gregários, nunca pararam  de estimular as relações sociais. O sujeito que vê o culto na televisão, religiosamente, mas solitário, este não ganhará tempo extra na terra."

O termo "virtual", via de regra, pode ser traduzido por "algo que não existe como realidade, mas sim como potência ou faculdade; Uma simulação, o que nem sempre é verdade; Que não tem efeito atual". Há quem defenda a ideia de se usar em casos específicos, ao invés de "virtual", outros termos como "à distância" ou "remoto" para traduzir o sentido de virtualidade. Como se vê, o conceito de "superficialidade" está intrínseco nos conceitos descritos. 

Portanto, tenhamos não apenas o desejo de viver muito - nós e somente nós - mas, adotemos o cultivo sensato, verdadeiro e intenso da vida da igreja,  da comunhão, dos vínculos, do discipulado, da adoração, das amizades, da formação de líderes, do sentido de família etc.  Sejamos, à semelhança de Jesus, contracultura no sentido de promover a interação de coração, mente e alma - como o fizeram os primeiros discípulos, e não nos satisfaçamos com comunhões, ensinos e edificação (se é que exista!) virtuais. Não há exemplo algum de comunhão ou formação espiritual à distância na Bíblia: as distâncias eram sempre "encurtadas" pelos apóstolos/discípulos/missionários que eram enviados aos irmãos e irmãs em todos os lugares. A única palavra que Jesus enviou à distância foi para curar e libertar um indivíduo. Comunhão, discipulado, disciplina, avaliação, ensino e treinamento sempre foram ações "presenciais". Afinal, Cristianismo é "vida-na-vida"!

Nossas relações virtuais devem ser apenas acessórios circunstanciais para ajudar na sustentação de fundamentos onde e quando não houver mão de obra humana para servir... Caso contrário, são apenas rendição à superficialidade e ao vazio das vidas sociais e religiosas pós-modernas. Não é por acaso que, dentro e fora da igreja, a alma das pessoas tem berrado por verdadeiras amizades, expressões visíveis de compaixão e manifestações práticas e constantes de companheirismo. Se duvidar, pergunte a si mesmo que tipo de amizade você gostaria de ter e cultivar: virtual ou presencial? 


Então, no que depender de nós, caminhemos juntos, lado a lado, ao vivo e em cores, trilhando O Caminho, e espalhando as sementes da vida eterna por aqui e agora.


"Quão maravilhoso, quão belo, quando os irmãos e irmãs caminham juntos... É onde Deus comanda a bênção, ordena a vida eterna.
(Sl. 133:1,3 - Tradução da Bíblia "The Message" de Eugene Peterson)

Paz e alegria!

Celso Tavares