quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A VIDA POR AQUI PASSA... E RÁPIDO!

Que notícia triste eu recebi, no início desta semana, quando me encontrei com um antigo companheiro de escola(concluimos o ensino médio há cerca de 27 anos atrás), e ele me relatou a morte de um grande amigo daquela época, o Léo: Ele morreu de câncer anos atrás... Devia ter quase quarenta anos de idade. Como me doeu saber aquilo!

O Léo era um camarada muito alegre, amigo e, além disso, muito bom músico. Quando estudávamos no 3o ano do segundo grau, estávamos montando um grupo(hoje preferem chamar de "banda") - estilo predominante MPB(eu era o vocalista, vejam só!!) -, e ele era o músico principal: cheio de alegria, simplicidade e otimismo - tocava guitarra e violão de maneira contagiante. Costumávamos ficar noites inteiras na casa dele, ou de outro amigo(O Beto, que me deu a notícia), ensaiando, cantando, fazendo imitações musicais, compartilhando sonhos, brincadeiras e muita amizade!... Que saudade!

Lembro-me bem de um dia, após termos passado uns três dias acampando perto da cidade de Itabirito,MG(eu, ele e mais uns quatro amigos), ficamos rodando por esta cidade até chegar a hora de embarque no nosso ônibus. De repente, passamos em frente a casa de alguém que tocava um teclado de forma maravilhosa e só MPB(para quem está em dúvida, é Música Popular Brasileira mesmo!). Ele ficou tão encantado que abriu o portão da casa e me fez entrar com ele invadindo a casa do cara. Cinco minutos após alguém ter nos atendido e nos encaminhado ao "pianista", lá estávamos nós dois, ele tocando o violão(que estava antes nas costas), e eu cantando as músicas acompanhando o tal músico - que ficamos sabendo depois ser um cara famoso nos festivais de Músicas em Minas. Saímos correndo de lá, correndo mesmo, para chegar na rodoviária bem na hora em que o ônibus se preparava para sair. Uma aventura deliciosa!

O Beto me disse que ele estava vivendo do mesmo jeito: bebendo, fumando, saindo muito etc.. Mas, o que mais me impressionou foi saber o fato de que o coração dele continuava extremamente generoso. Foram estas as palavras que ouvi descrevendo-o:
Ele era um cara muito desapegado... Embora tivesse sempre bons empregos, não se apegava a nenhum. Quando recebia o salário, tirava uma parte para pagar as
contas e, via de regra, distribuía o resto com pessoas necessitadas por aí - a
maioria destas ele nunca havia visto antes.


Ele parecia não se preocupar muito com o futuro por aqui... Mas, que coração ele tinha! Tanto a mãe dele como nós, os amigos, estamos ainda tentando nos acostumar com a ausência dele.

Algumas vezes eu compartilhei com ele sobre a realidade da vida que Deus oferece em Jesus. Ele sempre via minha vida com muito bons olhos e admiração, mas não conseguia se sentia com vontade suficiente de abraçar o compromisso com a "igreja"(isso é um desafio, não é mesmo?). Mas, lá na prática dele haviam atitudes repletas dos acenos de Deus.

Pois é, a vida passa... e passa rápido mesmo! O Leo, daqui, se foi "pra algum lugar". Parece não ter dado muito tempo para ele pensar acerca da hora que partiria. Mas, a hora chegou e ele partiu.

Este é um fato contra o qual não há, definitivamente, argumentos: essa hora chega para todos. Por isso mesmo, pensando dolorosamente sobre a vida e a partida daquele meu amigo, compartilho a seguir algumas questões a fim de que eu e você possamos refletir e reagir:
  • O que valorizamos nesta vida?
  • O que estamos fazendo diante do que realmente valorizamos?
  • Qual o legado de vida que deixaremos após partirmos daqui?
  • Será que estamos colocando tudo em dia, ficando decididamente prontos para a hora da partida?
  • Se não entendermos o propósito de nossa existência, sobretudo de nossa vida em Cristo, como uma missão do Reino, não faremos nada aqui que terá valor eterno. E, por outro lado, se assim vivermos, o nosso compromisso com a vida e com o bem-estar das outras pessoas, certamente será muito mais profundo.

Então, lembremo-nos:

"Quem pôs a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus". Portanto, encaremos o presente, mantendo os olhos e o coração no chamado que veio do alto: sejam e façam discípulos em todos os lugares! Mas, por favor, atentem-se para o fato de que precisamos ser discípulos à moda de Jesus - gente que ama a Deus de todo o coração de tal forma que não consegue ser indiferente às necessidades físicas e existenciais de nossos semelhantes(nossos irmãos de "criação"). Se vivermos como quem ama, segue e serve a Deus, certamente, atrairemos outros ao Reino dEle, e isso enquanto é tempo!

O nosso dia também se aproxima!!...

Aqui fica minha gratidão a Deus pela dádiva da amizade do Leo, e minha profunda solidariedade para com a Virgínia(mãe que ainda busca consolo na alma), sua família preciosa, e seus amigos que, como eu, encontram-se com coração dolorido e saudoso.

Paz e muita alegria!

Celso Tavares



1 comentários:

Unknown disse...

Sinto muito Pela "falta aqui' desse seu amigo, de verdade! Mas sinto também por aqueles que estão aqui nessa vida, deixando essa "vida" passar e não percebendo o chamado de Deus para vivê-la de forma coerente a Sua Palavra.
Texto muito bonito esse, e vale a pena ler.

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