quinta-feira, 25 de março de 2010

AVIVAMENTO PESSOAL - Celso Tavares

Meus olhos estão secos, minha fé está velha,
Meu coração está duro, minhas orações estão frias...
Mas eu sei como eu deveria estar: vivo para Ti, e morto para mim.
O que pode ser feito por um coração velho como o meu?
Amacia-o com óleo e vinho.
O óleo é o Senhor: o Seu Espírito de amor.
lava-me, por favor, de uma maneira nova com o vinho do Teu sangue.”
                  Keith Green (“My Eyes Are Dry”)
Há tempos convivo curiosamente com esta expressão: avivamento pessoal. Mais que um título, ou rótulo, parece-me, de fato, ser o suspiro de um coração que, em algum momento da vida, viveu uma experiência de intimidade com Deus, e com o passar dos tempos, e certa convivência cômoda com a religião, percebe-se frio, estagnado e com um profundo desejo de experimentar uma renovação fresca na relação mais próxima e viva com Deus. Alguém já disse que “avivamento é para o povo de Deus que secou espiritualmente”.

Atualmente, porém, tenho visto que não são poucas as pessoas que se sentem, ou se encontram, assim. Entretanto, de imediato, gostaria de dizer que creio firmemente que tal desejo é sinal de um gracioso mover do Espírito Santo, uma vez que nossa “carne” tende sempre a nos impulsionar para rumos contrários aos do Espírito (Gl.5:17).

As distrações do mundo moderno – e mesmo de parte da igreja contemporânea – tem sido fator fundamental para o esfriamento da devoção individual de muitos. No entanto, não é bom – nem certo – que seja assim. Deus nos chama sempre para uma relação pessoal e íntima com Ele. Exemplos deste nível de relacionamento podem ser conferidos ao observarmos a vida devocional constante de Jesus (Lc. 4:42; 5:16; 6:12 etc), e ainda se prestarmos atenção à realidade da presença dinâmica do Espírito Santo em nosso ser interior (Rm. 8:15,26,27 etc).

Portanto, sem querer ser simplista, nem tampouco desconsiderar a luta que diariamente travamos com o inferno, com o mundo e com nós mesmos, compartilho a seguir algumas reações através das quais, creio, devemos procurar adotar para a experiência de um avivamento pessoal:
  • Honestidade – Não se esconder por trás das justificativas próprias e costumeiras: falta de tempo, culpa da igreja, falta de capacitação e material etc. Honestidade é a base de uma verdadeira confissão. Tal como Keith Green, na letra da música citada acima, é essencial assumir o estado de “sequidão” no qual se encontra. “Embora seja doloroso, somente a honestidade com Deus e com os outros capacitará o cristão a andar em pureza e poder” – J.Ellif 
  • Arrependimento – Dê atenção à voz do Espírito ecoada em seu coração, e aceite o convite para a mudança de atitude proposta por Ele. Não se permita continuar vivendo da mesma maneira. Arrependimento é uma característica histórica em todos os períodos de avivamentos vividos pelo povo de Deus. “Arrependimento é voltar-se novamente para o Senhor, renunciando ao pecado e obedecendo a Deus”. A convicção vem do Espírito (II Co. 7:10), mas o andar noutra direção está em sua decisão! 
  • Quebrantamento – Duas atitudes são fundamentais para se vivenciar quebrantamento: uma é ouvir a Palavra de Deus revelada nas Escrituras (preste atenção: ouvir é mais que simplesmente estudá-la para o conhecimento intelectual!). Todo avivamento é marcado por fome da Palavra de Deus. Essa fome, no entanto, não é simplesmente pelo “texto”, mas pela Voz Sagrada que se pronuncia a nós hoje e direciona nossos passos. É a fome pelo ouvir e a sede por obedecer. A outra atitude é adoração - atitude de submissão, entrega, confiança e devoção de todo o nosso ser. É um exercício espiritual que se desenvolve de maneiras variadas: oração, cânticos, leitura dos salmos, silêncio e até no choro. A adoração é um poderoso instrumento de quebrantamento se nos conscientizamos de Quem é o alvo, e da postura de rendição total. Não se trata de emocionalismo, embora nossa estrutura física e emocional não fique, jamais, indiferente à nossa condição de quebrantados pela Presença de Deus. Na verdade, diz respeito a um auto-posicionamento de intencionalidade e expectativa. A adoração nos traz ao propósito de nossa própria criação: o prazer de Deus.               
  • Disponibilidade – Abra espaço para Deus! Do coração à agenda, abra as portas para a entrada, a extraordinária invasão de Deus. Cultive momentos específicos de “encontros” com Ele: no quarto, na rua, no ônibus, nos parques, no avião, num canto da cidade... Dê uma freada na pressa e na correria. Chame por Ele, invoque-o de todo o coração, abra-se e espere que Ele se manifeste a você. Aqui não pode haver forma premeditada. As maneiras como Deus se manifesta são variadas e imprevisíveis, mas Ele sempre vem ao nosso encontro e nos dá um aceno confirmando sua presença. Lembre-se que o processo é progressivo e que, certamente, os encontros ficarão mais intensos e surpreendentes.
  • Renovação diária – Recomeçar é mais difícil que começar. Por isso mesmo, uma vez dados os primeiros passos de renovação, o melhor a fazer é perseverar diariamente nessa nova agenda espiritual – isso é, literalmente, uma luta!. Reprograme-se, reveja as prioridades relacionais – cultive relacionamentos com outros cristãos que tenham o mesmo anseio -, elimine os compromissos supérfluos e, como costumo dizer a algumas pessoas, invente moda: crie o seu próprio espaço e estilo devocional de maneira que não caia na rotina sem sentido, na superficialidade nem no legalismo, e nem na falta de entusiasmo. Assim, vá em frente e desenvolva estes encontros românticos com o desejado e amado da sua alma todos os dias. Como alguém apaixonado, prepare-se da melhor maneira possível para este encontro – afinal, trata-se de um relacionamento amoroso. Não é por acaso que a Palavra de Deus nos orienta a nos oferecermos, diariamente, de corpo e alma a fim de experimentar tudo o que Deus tem para nós(Rm. 12:1,2).
Precisamos nos conscientizar de que os benefícios de um avivamento pessoal não são apenas para nós mesmos: o mundo, as pessoas com as quais relacionamos, e até a igreja, serão profundamente tocados pela vida de Deus renovada e radiante que fluirá naturalmente de nossas palavras, obras e até mesmo de nossa simples presença por ali.

Avivamento é uma obra sobrenatural de Deus – não é algo que podemos fabricar ou empacotar.  Em épocas de avivamentos pessoais ou coletivos, o povo de Deus experimenta a Sua presença e poder de formas até então ausentes de suas vidas e em níveis jamais imaginados

DeMoss & T. Grissom

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