Estava passando uns dias de férias com minha família, no sul do país, numa região onde se concentram algumas colônias italianas. Naquele domingo, havíamos decidido ir ao estádio de futebol assistir um dos times da cidade jogar uma partida amistosa preparatória para o campeonato estadual que estava por começar.
Uma vez que o time em questão estava fazendo o seu período de concentração pré-temporada no mesmo hotel onde estávamos hospedados, e aproveitando que fizemos – principalmente os meus filhos – amizade com alguns jogadores e membros da comissão técnica, perguntamos a eles qual o procedimento para entrar no estádio para aquela partida específica. Então, nos informaram que os torcedores estariam levando um quilo de alimentos não perecíveis como “ingresso”.
Já que queríamos agir como os demais torcedores, antes da partida, saí para comprar algo para levar ao estádio e garantir a nossa entrada. Porém, como era domingo, e o hotel não ficava exatamente dentro da cidade, não encontramos supermercados abertos por ali. No entanto, acabei encontrando uma mercearia funcionando: um “pequeno” estabelecimento comercial, mas que possui – percebi posteriormente – uma grandiosa filosofia de vida.
Fui até uma das prateleiras, peguei o produto e dirigi-me ao balcão para pagar: um pacote de arroz. Em seguida, uma senhora italiana sorridente veio me atender, e já manifestou sua cordialidade: “Vai preparar um belo risoto, hein?” Ao que respondi espontaneamente: “Não, querida, apenas o arroz mesmo.” Ela então fez o simples, mas profundo, comentário: “Isso aí: um arroz, um feijão, e um sorriso, é tudo o que precisamos para uma bela refeição!”
Saí daquele lugar com uma intensa sensaçãp de alegria, concordando maravilhado com aquela autêntica filosofia de contentamento. E assim, ainda estou refletindo naquela preciosa lição existencial que me foi compartilhada: será que é tão difícil contentar com o que é simples e suficiente?
Paz e alegria!
Celso Tavares
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