sexta-feira, 30 de abril de 2010

VAMOS REFLETIR NA "REALIDADE" SEM MEDO DO CONFRONTO?

O texto que segue abaixo é um artigo escrito pelo Frei Betto - uma das mentes cristãs mais pensantes e reflexivas do país - um Belo Horizontino, que tem uma sensibilidade social, cultural, política e religiosa capaz de nos desafiar a ações transformadoras. É uma leitura recomendável, agradável e provocante. Descubra qual o desafio que o texto estará lhe fazendo enquanto o lê e... vamos em frente!
CONSUMO: DESAFIO ÉTICO
Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos em paz em seus mantos cor de açafrão.


Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos, com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente.

Aquilo me fez refletir: “Qual dos dois modelos produz felicidade?

Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: “Não foi à aula?” Ela respondeu: “Não, tenho aula à tarde”. Comemorei: “Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde”. “Não”, retrucou ela, “tenho tanta coisa de manhã…” “Que tanta coisa?”, perguntei. “Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina”, e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: “Que pena, a Daniela não disse: “Tenho aula de meditação!”

Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados. Por isso as empresas consideram agora que, mais importante que o QI, é a IE, a Inteligência Emocional. Não adianta ser um super-executivo se não se consegue se relacionar com as pessoas. Ora, como seria importante os currículos escolares incluírem aulas de meditação!

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias!

Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: “Como estava o defunto?”. “Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!”

Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?

Outrora, falava-se em realidade: análise da realidade, inserir- se na realidade, conhecer a realidade. Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Pode-se fazer sexo virtual pela internet: não se pega AIDS, não há envolvimento emocional, controla- se no mouse. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual, entramos na virtualidade de todos os valores, não há compromisso com o real!

É muito grave esse processo de abstração da linguagem, de sentimentos: somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. Enquanto isso, a realidade vai por outro lado, pois somos também eticamente virtuais.

A cultura começa onde a natureza termina. Cultura é o refinamento do espírito.

Televisão, no Brasil – com raras e honrosas exceções -, é um problema: a cada semana que passa, temos a sensação de que ficamos um pouco menos cultos. A palavra hoje é ‘entretenimento’ ; domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela.

Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: “Se tomar este refrigerante, vestir este tênis,­ usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!” O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose. Os psicanalistas tentam descobrir o que fazer com o desejo dos seus pacientes. Colocá-los onde?

Eu, que não sou da área, posso me dar o direito de apresentar uma sugestão. Acho que só há uma saída: virar o desejo para dentro. Porque, para fora, ele não tem aonde ir!
O grande desafio é virar o desejo para dentro, gostar de si mesmo, começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor.

Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse. Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno.

Se alguém vai à Europa e visita uma pequena cidade onde há uma catedral, deve procurar saber a história daquela cidade – a catedral é o sinal de que ela tem história. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shopping centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de domingos. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas… Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista.

Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno…  Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do McDonald’s.

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: “Estou apenas fazendo um passeio socrático.” Diante de seus olhares espantados, explico: Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: “Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz."

FORMAÇÃO DE EQUIPES MISSIONÁRIAS PARA AS COMUNIDADES PIONEIRAS

Encerramento - Etapa 1: Terça, dia 04 de maio
 às 19h na Casa da Vinha

sexta-feira, 23 de abril de 2010

DESAFIOS URBANOS: UM CHAMADO PARA MINISTRAR À CIDADE

Assalto aterroriza família: "Empresário, mulher e casal de filhos são mantidos reféns por três assaltantes em casa no Buritis, em BH. Ladrões levam dinheiro, joias, aparelhos de TV e um carro." Esta é uma das manchetes do jornal Estado de Minas de hoje,23 de abril. Num primeiro momento, é apenas outra notícia "normal" dentre as incontáveis com as quais convivemos diariamente. Agora, o que resta à família é conviver com o medo, a insegurança, atualizar os "mecanismos de defesa", ou mudar para outra região da cidade - na expectativa de que isso não ocorra de novo. Há, porventura, algum sinal de esperança?

Um jovem, classe média(média alta?), num sábado bem cedo - pouco depois das 6h -, estava numa praça da zona sul de BH, tomando sua cervejinha(cedo, né?) e, ao me ver assentado e lendo, se aproxima e compartilha comigo o momento de sua vida: o valioso patrimônio que a mãe acabara de adquirir, a faculdade que, agora, estava decidido a conclui-la, embora há mais de uma semana não comparecia às aulas: é que ele estava peregrinando pelas festas que surgiam sequentemente. Ele disse que não dormia havia pelo menos uns três dias. É que na festa que havia ido numa daquelas noites, tomou umas e outras acompanhadas de uns "bons" comprimidos de êxtase e, por isso mesmo, ainda estava "ligado" até aquela manhã quando nos encontramos. Nos finalmentes de nossa conversa, veio a declaração despretensiosa: "Sou um cara muito sozinho, mas eu vou dar um jeito na minha vida!" Um suspiro honesto por amizade, esperança e vida.

Tomei o elevador - descendo - de um prédio na região oeste da cidade. Num dos andares entrou um homem, cerca de 55 anos, trajando uma roupa mais informal, quase esportiva. Isso foi por volta das 18h30 de uma terça feira. Após nos comprimentarmos, ele observou que estava um belo dia e perguntou se eu estava saindo para dar umas volta ou o que. Bem, eu disse que estava indo fazer algumas coisas, e depois seguiria para casa. Então ele compartilhou sobre o que estava a caminho de fazer: "Estou indo para o bar..., onde frequento há mais de 15 anos neste mesmo horário, tomar uma cervejinha e conversar com os amigos que aparecerem por lá. Isso é sagrado para mim!" Ele demonstrou claramente duas coisas: abertura para conversar, e a consciência de necessitar de "amigos" e um "bom bate-papo" (algumas coisas que, algumas vezes, aprecem faltar em casa).

Uma moça, por volta dos 19(talvez 20) anos de idade, que mora na região norte de BH, disse que precisava bater um papo comigo. Ela estava prestes a frequentar uma igreja evangélica, mas gostaria de conversar com alguém que pudesse dialogar honestamente sobre seus dilemas(Por que eu? Vá saber!). Então, compartilhou sobre sua vida, suas crises, seu fim de namoro conturbado, seus quase novos romances, sua faculdade - a relação com os amigos de lá sempre concentrada nas festas e viagens; seu trabalho com oporunidades profissionais e assédios, e sua busca por respostas para as suas questões mais íntimas através de terapias e da "espiritualidade"(nada a ver com igreja, neste ponto!). O que ela expressou explicitamente foi: "O que eu sei que tenho é um desejo de me encontrar: saber que rumo eu devo tomar na vida para ser feliz!" Interessante questão hein?

Aí, numa manhã dessas, eu estava a caminho do escritório, quando parei o carro num certo lugar(eu tinha avistado um desses bancos de jardins próximo à rua), estacionei, e desci com meu bloco e minha caneta para anotar algumas coisas que me vinham à mente e que não gostaria de deixar passar. Não podia esperar até chegar ao computador. Minutos depois, apareceu um cachorrinho, bonitinho e de raça(não sei qual!), gostou de mim, da companhia, ou sentiu algum cheiro especial(eu faço questão de andar cheiroso, viu?), falei para ele se assentar, e ele obedeceu. Pensei: "Só me faltava essa!". Foi aí que uma senhora idosa veio caminhando, segurando o seu cachorro(na verdade, era elequem a estava puxando!), comprimentou-me, e perguntou sobre o cachorro, que àquela altura já estava "flertando aos cheiros" com a cadelinha da dona. Eu contei a história do cachorrinho, e ela, de maneira natural como se me conhecesse há muito tempo,  começou a contar a história da vida dela e, principalmente, dos últimos dois dias: estava com febre, mal estar, os receios que teve durante a noite, muita fraqueza etc... Mas, como ficava sozinha, nas manhãs ela precisava sair de casa para fazer uma caminhada com sua "amiguinha", caso contrário a cadelinha ficava insistindo perseverantemente(noutras palavras: enchendo a paciência!) Conversamos um tempinho bom, e ela saiu com um sorriso agradável, desejando que Deus me abençoe(amém!), me deixou mais feliz e, ao mesmo tempo, surpreendido pela sensação de ter sido uma simples companhia, ouvidos disponíveis, com poucas palavras encorajadoras(não precisou de muito!), e a convicção de estar no lugar certo, na hora certa: assim caminha a humanidade... E assim vamos percebendo a vida na cidade!

certas coisas em comum na vida dessas pessoas - e talvez nas nossas -, que, se observadas com atenção, nos dão dicas (berram!) sobre as necessidades existenciais dos moradores da cidade, qualquer que seja a região ou a faixa etária, e apontam para onde devemos concentrar nossos esforços e iniciativas:
  • Uma verdadeira sede por relacionamentos (honestos e profundos)
  • A solidão do coração escancarada
  • O anseio por algum tipo de "cura"
  • A busca constante por soluções - o que estiver ao alcance!
  • Incertezas, medos e inseguranças
  • Uma verdadeira necessidade de Deus - não dos conceitos sobre Ele, mas de uma relação viva com Ele.
Enquanto caminhamos e nos rendemos às oportunidades de "estar" e "conversar", as histórias só aumentam, e as constatações também. Portanto, só nos resta fazer uma coisa: "Enchermo-nos do Espírito de Jesus Cristo e sermos testemunhas - o evangelho vivo - dele em todos os lugares e momentos, para todas as pessoas"(At.1:8), a fim que a bondade, a companhia, a paz, a alegria e a vida extraordinária de Deus se manifeste a todas as pessoas, de maneira natural e graciosa, sem manipulações ou barganhas, sem acusações ou fatalismos, mas com fé, esperança e amor. E, lembrem-se, o maior destes é o amor(I Co. 13).

Eis aí o chamado para ministrar(palavra que é traduzida melhor por "servir") à nossa cidade: Isso pode, realmente, ser feito por nós? Deus quer. E você?

Grande abraço com muita paz e esperança!

Celso Tavares

terça-feira, 13 de abril de 2010

S.O.S. EXPRESSO COMPAIXÃO

Nesta semana estaremos, através do Expresso Compaixão(nossa iniciativa local de missão e compaixão) , encaminhando roupas e outros objetos para o socorro às vítimas da tragédia no Rio de Janeiro. Já temos em nosso estoque uma quantidade considerável para este fim. Porém, caso queira ajudar financeiramente (que foi um pedido que recebemos da Vineyard Rio) para ajudar na compra de alimentos e utensílios para crianças do Morro do Borel, entre em contato com o Henrique (83255552) para obter as informações de como fazê-lo.

Além disso, estamos iniciando um processo de arreacadação de alimentos "não-perecíveis" para cestas básicas,  que serão distribuídas em Belo Horizonte (incluindo famílias da própria comunidade), bem como cobertores e agasalhos(em bom estado para uso). Os produtos e roupas devem ser trazidos para a Casa da Vinha (2ª a 6ª feira - 8h às 17h, com Henrique ou Nair), ou no domingo pela manhã.

Caso você tenha interesse em participar do trabalho do expresso compaixão ajudando a selecionar, organizar e distribuir os materiais arrecadados, bem como o estoque já existente, entre em contato e peça as informações necessárias. O seu serviço será uma cooperação preciosíssima!

Sigamos em frente compartilhando, de graça, o que de graça recebemos!

Paz e esperança nos sejam renovadas!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

EMOÇÕES BOMBARDEADAS: TÁ PREPARADO?

"Nem sei por onde começar..." Esta é um jargãozinho utilizado normalmente quando estamos tentando compartilhar alguma coisa que, na verdade, trata-se de um desencadeamento de eventos anteriores, não é mesmo? Pois é, é assim que me encontro neste extao momento: tentando articular a melhor maneira de colocar em texto o que me veio ao coração neste dia.

Falar que estamos vivendo dias onde tudo parece estar voando rápido demais: as horas, a tecnologia, as pessoas, a moda, as notícias etc, etc, também não é novidade. Mas, como essa realidade, com a qual estamos nos acostumando, nos empurra tanta pressão emocional!

Encaremos os fatos:
  • Num dia, recebemos notícias sobre uma tragédia horripilante acontecendo no Haiti(um país onde nós, os brasileiros, temos colocado os pés, as mãos, as armas, a educação etc): aí, passamos horas a fio buscando mais informações, tentando solidarizar com o povo "de lá", mobilizando orações e esforços e assim vai..
  • Logo em seguida, antes de nos retornarmos às nossas adversidades e sofrimentos "normais" da vida, o plantão quase simultâneo da mídia (escrita, televisiva, virtual...) nos chama a atenção para outro desastre descomunal ocorrido no Chile. Misericórdia!
  • Dias depois, ficamos sabendo que a terra brasileira(nordestina, é mole?) também andou tremendo(Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraíba). Ai, ai, ai... quem andou sacudindo o Brasil?
  • Enquanto isso, tentamos nos entreter com os lançamentos dos produtos hollywoodianos como 2012, Avatar, Guerra ao Terror etc... Meu Deus, que sensação apocalíptica!
  • Ah, sim... tem momentos de descontração: o emagrecimento do Faustão, a Fazenda 2, o Big Brother, o suspense sobre o ganhador da maior mega-sena acumulada, o final de O Caminho das Índias, as ofertas das Casas Bahia, dentre outras coisas do tipo...
  • Mas, enquanto isso, a cidade de São Paulo estava clamando pela manifestação de um novo Noé: um doido para construir uma arca que pudesse ajudar os habitantes a cidade, não apenas a se locomover, mas a sobreviver... E a chuva, nada de parar! Esse negócio de "hoje, em tal lugar, já choveu o que estava previsto para o mês inteiro", já se tornou frase previsível e repetitiva em noticiários e comentários meteorológicos. Como se não bastasse isso, relata-se que em certa região do estado de SP começaram a desaparecer, misteriosamente, adolescentes na faixa etária entre 14 e 17 anos: mistério! Mas, perto de nós, em Betim, algumas moças também estavam desaparecendo, sem explicação, enquanto se moviam da casa para a escola, ou para o trabalho... Êta insegurança!
  • Mas, como bons brasileiros, nós jamais desistimos: vamos nos desconstrair um pouco mais pensando na proximidade da Copa do Mundo de futebol, na África do Sul: é contagem regressiva. Êpa!! Houveram atentados causando mortes de jogadores nas bandas de lá (notícias de futebol!). E pra piorar, na última semana mataram um líder político de grande importância naquele país e mandaram(supostamente os autores) recados para os outros países não enviar suas seleções para lá: mas, fiquemos tranquilos, alguém de lá veio a público e disse que tal ameaça é mentirosa! Que alívio... então, teremos a copa, né? Poxa, precisamos de uma folguinha emocional! Se não der de futebol, até de natação vale: afinal, o Cielo é o Senna das águas! Brasil zil zil!
  • Enquanto isso, o valor do IPTU na região de BH foi recalculado e alguns de nós receberam os boletos com até 300% de aumento! Mas, alguns receberam redução considerável. Dá um desconto aí, né? Quem eles querem enganar?
  • Parece ser melhor ficar apenas com os noticiários religiosos. Estes devem trazer mais esperança pra nós... Só que ao buscar as noticias religiosas, somos encharcados de relatos sobre pedofilia por parte de sacerdotes católicos em várias partes do mundo. Então, vamos ficar só com as atualidades evangélicas: pastores estão brigando via internet; seminaristas evangélicos abusando sexualmente de moças piedosas; o clamor por dinheiro para "bancar" o estrelato via pregações, livros, dvds, cds etc (até com cheque pre-datado) proliferam-se assustadoramente... Então, mudemos para outro setor: Um rapaz membro da seita do "santo" Daime ficou doidão e matou um irmão de fé, pessoa pública, covardemente. Tudo bem, são só algumas noticias de coisas que já vão passar(mas, vem passaaannndo há décadas!).
  • Aí, quando a gente tentava esquecer um pouco disso, eis que surgem as imagens massificadoras e permanentes do julgamento do casal Nardoni acusados de assassinar a pequena Isabella... Foi difícil até ouvir músicas no rádio e até saber notícias de Brasília(da câmara e do Planalto - como gostamos disso!)... A mobilização e a comoção pública foi gigantesca. Realmente, foi difícil ficar indiferente! Mas, como diz certo narrador da tv(tagarela que é uma coisa!): "Haja coração, amigo!" Mas, passou(será?)... o casal foi julgado, condenado e a gente segue em frente...
  • Voltemos às diversões para descansar a mente: a Apple aunciou o lançamento do iPAD - a gente nem sabe do que se trata, mas, já falaram que nós "precisaremos" desse negócio já já, e que futuramente pode até substituir os laptops(para quem não sabe são os notebooks. Não sabe ainda? aqueles computadores pequenos, de mala e colo, caros e de muita utilidade pra poucas pessoas). Mas, se não der para comprar um, então troque novamente o celular por um mais moderno porque o seu, certamente, já está ultrapassado(se já o tiver há mais de 8 meses). Tem mais: os carros de preços populares no Brasil são os mais caros da América do Sul por causa dos impostos, mas como financiamento(lê-se endividamento) ficou acessível a todos, não deixe de comprar um novinho - é o que as propagandas que nos entretem anunciam. Ricardo Eletro ou Casas Bahia? Compre o que quiser... tá tudo baratinho e você pode ficar pagando, pagando, pagando...
  • Assim, nas últimas semanas acompanhamos a vitória do Obama, aprovando uma nova política de saúde(que estende cobertura a mais de 32 milhões de pessoas nos EUA), embora grande parte da população e dos políticos americanos tenha ficado com raiva preferindo enviar bilhões para os armamentos e guerras! Mas, e nós com isso! Enquanto isso, no Brasil, a saúde e a educação andam daquele jeito... Se bem que este é um ano de eleição, então alguma coisa(boa?) deve surgir por aí: nem que sejam apenas viadutos como aconteceu em São e em BH(embora vigas de sustentação de vias movimentadas em ambos os lugares tenham caído sobre os carros nas últimas semanas). Vá entender!
  • No noticiário internacional, apenas mais algumas coisinhas: um terremoto na ilha de Sumatra com ameaça de tsunami, na Indonésia, o assassinato terrorista de cerca de 30 pessoas na em Moscou, mais de 200 mortos num terremoto no México que fez tremer terras americanas, dentre outras tantas...
  • Mas, entre essas coisas todas, convivemos com outras coisas boas e engraçadas: o Arruda, governador do DF foi cassado; os campeonatos de futebol estaduais estão chegando na reta final: que coisa boa(enquanto o meu time tá por ali! "Vou festejar!..."), a conta de luz vai sofrer redução e, caso alguém se atrase para pagar não precisa correr tanto antes que cortem o fornecimento de energia(desde que pague o mais rápido possível!); as vagas nas universidades federais não foram totalmente preenchidas, ainda há lugar para quem está tentando(essa é engraçada! Afinal, poucos tem acesso ao ensino fundamental e médio que os possibilitem entrar para a elite da educação no país); o Rick Martin assumiu ser gay(para alguns é engraçado, para outros[as] é tragédia): tá vendo como a gente nem sabe do que rir?
  • Chegamos aos momentos mais recentes(pelo menos até hoje de manhã): o clima está mudando, esfriando bem, e já começaram as ameaças que entram dentro das nossas casas sem pedir licença: a dengue e a gripe causada pelo vírus H1N1(chamada de gripe suína) - ambas já iniciaram seus processos de destruição de vidas humanas pelas terras brasileiras. Tem gente que não sabe se tormar a vacina vai ajudar ou piorar(cá entre nós, uma sugestão: se vocês está entre os "eleitos" - por causa da idade ou de outros fatores - vá receber a vacina enquanto é tempo e enquanto não anunciam que acabou o estoque!). Já começaram os primeiros tiros eleitoreiros: os pre-candidatos(candidatos, na verdade!), já estão ensaiando o punhado de bla bla bla que vai encher os jornais, rádios, tvs e agora também a internet a partir de julho. Ai, meu Deus, se o Senhor não despejar sabedoria sobre nós, e de forma bem clara, a gente vai chutar pra tudo quanto é lado(há uma escassez de candidatos e de integridade)!
  • Além de manter o coração firmado no cuidado de Deus, tentei, recentemente, ser criativo e relaxar a mente e o coração de uma maneira diferente: liguei a tv para assistir um filme dos "Três Patetas". Enquando ensaiei umas risadas, percebi que meus filhos não achavam a menor graça. Tava na cara deles algo do tipo: "O que que é engraçado nisso aí? Esse negócio é muito antigo e 'devagar'!" Então tá bom, vamos assistir Shrek 2 ou 3, sei lá, pela centésima vez... Sabe que valeu a pena?
  • Finalmente, é claro, não podia deixar de encerrar esta coletânea de bombardeios sem mencionar dois episódios atuais que precisam mexer conosco, de alguma forma: primeiro, a insistência do governo em construir a hidrelétrica de Belo Monte nas terras do Xingu correndo o risco de causar enorme devastação ambiental e invadir(inundado) as terras habitadas por povos indígenas. Parece que desapropiração e destruição por inundação está agradando os políticos desse país. Depois, ainda estamos perplexos diante da tragédia que se instaurou nesta semana sobre a cidade do Rio de Janeiro por causa das fortes chuvas gerando enchentes, deslizamento de terras, mortes(quase 200 pessoas no estado), milhares de desabrigados, destruição de estruturas básicas da cidade etc. Não há como não chorar com os que sofrem, embora a sensação de impotência seja enorme! Como precisamos ter emoções temperadas pela sensibilidade do coração Divino!
Bem, minha gente, por mais que pareça que eu queira destacar as "desgraças", não é este o meu propósito. Na verdade, o que quero é compartilhar essa necessidade que todos temos de trabalhar, de maneira adequada, a mente, o coração e a alma. Precisamos de alguns filtros e muita sensatez para lidar com todo esse bombardeio de informações que, de alguma forma, sacodem nossas emoções e, consequentemente, podem nos deixar indiferentes diante do sofrimento e contentes diante do que é ilusório.


Não se amolde ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus!"(Rm. 12:2)
De repente, sem querer aqui ditar receita legalista, talvez a gente precise estabelecer algumas medidas preventivas e disciplinadoras: assistir a apenas um jornal na tv, variar nas escolhas de filmes(novelas etc), ouvir uma boa música(relaxante e confortadora), estabelecer momentos específicos para prestar ajuda solidária, ser honesto a respeito de nossas necessidades - sobretudo materiais -, ajudar a diminuir a quantidade de carros circulando pela cidade(combinar caronas, sair de carro quando necessário etc), levar a sério as instruções a respeito do cuidado com a própria saúde e com a saúde dos outros, usar os meios de comunicação de forma genuinamente cristã - e até "profética": substitua os e-mails que normalmente encaminha em lista sobre coisas superficiais, produtos de consumo, piadas etc, por mobilização baseada em informações sólidas, a fim de fazer chegar aos nossos representantes políticos(que "colocamos" lá através dos nossos votos) solicitações de justiça, sensibilidade social, e "vida justa" para todas as pessoas, ou mesmo suas próprias e sinceras palavras de fé, encorajamento e esperança.

Acima de tudo, busquemos insistentemente a voz e a presença de Deus, diariamente, a fim de que Ele nos instrua, nos capacite, com sensibilidade, graça e amor, e nos guie nos caminhos desta vida de maneira que representemos e expressemos, de fato, a manifestação do Reino dele!

Shalom!

Celso Tavares